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terça-feira, 11 novembro, 2025

Trump caiu na armadilha da economia de guerra

 Montagem Portal AL

César Fonseca 

O primeiro ministro Benjamin Netanyahu só não foi às cordas porque Donald Trump foi obrigado a rasgar promessa de campanha eleitoral, de não abrir mais guerras internacionais, bancadas pelo dólar; foi obrigado, sob pressão, de atender a poderosa comunidade judaica americana, que manda no Congresso e conduz a economia de guerra imperialista; se tentasse fazer valer sua vontade, poderia sofrer impeachment.

O presidente americano recuou e perdeu; foi à guerra a contragosto.

Trump não demonstrou força, mas fraqueza política, com a estratégia fracassada de tentar renunciar às guerras, às quais culpou pela desindustrialização americana e derrota econômica para a China.

Ele quis priorizar combate ao déficit comercial, que impede industrialização, mas desagradou a economia de guerra, que depende dos juros altos especulativos que aumentam dívida pública e afeta a indústria de bens de consumo, geradora de emprego, renda, arrecadação e investimentos produtivos; a economia real fracassa, para a economia especulativa sobreviver na bolsa.

Perdeu para a especulação, que faz a guerra e impede a paz.

Estados Unidos especializaram-se na produção de não-mercadorias, mercadorias inconsumíveis, destinadas à imediata destruição, enquanto a concorrente China toma seu lugar na produção de mercadorias consumíveis, geradoras de valor trabalho que eleva riqueza da comunidade global, na base da cooperação mundial.

TRUMP ESTÁ AO LADO DO SEU MAIOR INIMIGO: A OTAN

Também, não teve energia para derrotar inteiramente a OTAN, que depende das finanças públicas de Tio Sam, deterioradas pelo juro alto que afeta a industrialização e só beneficia especulação.

Exige que os europeus desembolsem, agora, 5% do PIB com guerras; caso contrário, abandona os otanistas europeus de vez; conversa, Trump faz o que o deep state, o estado americano profundo quer: guerra.

O adversário temido de Trump, nessa parada, é Putin, que derrotou a OTAN, na Ucrânia; ou seja, colocou os Estados Unidos, que financiam a OTAN, de joelhos, e se fortaleceu ao aliar-se à China, maior potência econômica mundial em ascensão, com a qaul Tio Sam não dá conta de competir por perder corrida da produtividade.

Trump está, agora, com medo da China e da Rússia, que comandam os BRICS, maior adversário do G7, que vai se tornando cadáver insepulto.

RÚSSIA E CHINA PÕEM MEDO EM TRUMP

Putin não deixou por menos: o G7, disse, perdeu força e não manda mais nada, porque não tem garantia do apoio americano; isso ficou confirmado com a afirmação de Trump de que não colocará dinheiro no caixa dos europeus para fazer guerra que não conseguem vencer, como ficou comprovada derrota otanista para a Rússia na Ucrânia.

O presidente americano, também, sente que entrou numa roubada ao aliar-se a Israel contra o Iran; salvou Netanyahu de uma derrota, jogando bomba no programa nuclear iraniano, mas não tem certeza dessa vitória; a própria mídia americana destaca que os iranianos conseguiram salvar o urânio enriquecido que os leva a construir a bomba atômica; danificar as instalações iranianas, sem destruir o principal, isto é, a inteligência atômica, o urânio enriquecido, não evita que os iranianos, com apoio da Rússia e da China, retomem o projeto.

Também, Trump não pode garantir que outros países partam para construção da bomba atômica, depois de bombardear o Irã, que os próprios Estados Unidos constataram não ter ainda desenvolvido arma nuclear; exibição de força inútil que estimula corrida armamentista atômica de forma generalizada como argumento dissuasivo de guerras nucleares.

O poder atômico americano, que Trump queria desarmar, continuará no topo da economia de guerra global, contribuindo para destruir o que Trump queria reconstruir: a indústria americana derrotada pela China.

Trump está na armadilha da economia de guerra sem ganhar a guerra.

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