© AFP 2019 / Jim Watson
Áudio que revelou as estratégias da Colômbia para interferir na Venezuela causa turbulência em Bogotá. O autor das declarações, o embaixador da Colômbia em Washington Francisco Santos, se defende: “Não sou de dizer mentiras”.
O embaixador da Colômbia em Washington foi chamado de volta para sua capital, a fim de prestar esclarecimentos sobre áudio de 24 minutos, publicado pelo jornal colombiano Publimetro. No áudio o embaixador da Colômbia em Washington, Francisco Santos, conversa com a recém-nomeada ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Claudia Blum, sobre a Venezuela.
O embaixador diz que “Trump não vai entrar na Venezuela” e que, se Nicolás Maduro não se retirar do poder “a nossa vida vai ficar impossível”.
“Tenho que inventar coisas para que eles [os EUA] mantenham a Venezuela na cabeça”, disse, resumindo: “Essa é a tarefa que eu tenho em relação à Venezuela”.
Para manter o assunto Venezuela no topo da agenda dos americanos, o embaixador revelou que iria organizar uma viagem de congressistas dos EUA à Colômbia, para que eles “vejam as fronteiras, vejam drogas”.
“Vamos fazer isso para que Washington não perca de vista a importância da Venezuela”, explicou, reclamando do déficit de atenção dos norte-americanos: “Aqui não se tem memória. Ficam incomodados com algo por dez minutos, depois passam para outro tema”.
Apoio a Juan Guaidó
O embaixador relata à sua nova chefe que “a história do Guaidó está parada” e expressou esperança de “que isso volte a se mover”.
“É importantíssimo construir uma coisa estratégica com a Venezuela a partir do nosso trabalho, com as embaixadas que o governo [sic] de Guaidó já está montando. Lá tem gente que eu conheço, eu trabalho muito em conjunto e te ajudo em tudo que você precisar”, revelou o embaixador colombiano.
A Colômbia reconhece a autoridade do parlamentar venezuelano, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente da Venezuela em janeiro de 2019.