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quinta-feira, 18 abril, 2024

Temer confessa que pediu dinheiro a Odebrecht e diz que FHC é modelo

Lula Marques/AGPT
“Eu já confirmei que jantei com Marcelo Odebrecht, no Jaburu, em 2014. Como é natural, o partido me pressionava para obter recursos para os seus candidatos. A Odebrecht contribuiu? Claro que sim. Está tudo registrado. Foram mais de R$ 10 milhões, dentro da lei”, disse Temer.

Na matéria intitulada: “Temer a O Antagonista, sobre a delação da Odebrecht: ‘Minha preocupação é institucional’”, como era esperado, a turma de Mainardi limitou-se a publicar a declaração de Temer, diferentemente do que costuma fazer com as doações feitas ao PT.

Temer disse que sabe “que muitos podem não acreditar, dado o momento terrível que vivemos”, mas disse que não tem conhecimento sobre dinheiro dado em espécie ao PMDB. “E, sinceramente, acho improvável que isso tenha ocorrido. A minha preocupação é institucional, não jurídica”, completou.

No entanto, segundo versão de delação vazada na grande mídia, Marcelo Odebrecht “doou” oficialmente R$ 11,3 milhões ao PMDB, mas além desses recursos, também repassou outros R$ 10 milhões, via caixa 2. Ainda segundo informações vazadas, desse montante, R$ 4 milhões foram entregues ao braço direito de Temer, o atual ministro da Casa Civil Eliseu Padilha. O restante foi doado a outras candidaturas, como a de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que concorreu ao governo de São Paulo, em 2014. Sobre isso, O Antagonista fez questão de nem citar na matéria.

Para tentar dar um mínimo de legitimidade ao seu governo, já que as gravações de Sérgio Machado, delator da Lava Jato, escancaram a atuação da cúpula do PMDB no processo fraudulento do impeachment, Temer diz que quem votou em Dilma votou nele. Mas quando se trata das contas de campanha e do processo de cassação da chapa que o elegeu junto com Dilma – talvez já prevendo que as delações o atingissem –, Temer diz que uma coisa é diferente da outra.

“Creio que o TSE vai separar o julgamento das minhas contas de campanha do das contas da presidente afastada”, disse ele, admitindo que até a Constituição prevê que “a figura do vice-presidente é apartada da do presidente, ele não é um apêndice”.

Na entrevista, Temer aproveitou para expressar sua admiração ao ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardozo e bajulou a imprensa que apoia o golpe. “É um modelo para mim em vários aspectos. Um deles é no relacionamento com a imprensa. Ele nunca deixou de conversar com os jornais, mesmo nos momentos mais conflituosos. Ele jamais boicotou veículos de comunicação. Sigo e seguirei o mesmo caminho, porque não existe democracia sem imprensa livre e independente. Não existe democracia quando o governo fecha as portas para o trabalho dos jornalistas. Aliás, na minha juventude, eu quis ser jornalista. Cheguei a frequentar o curso de formação da primeira equipe da Veja“, disse.

Do Portal Vermelho

 

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