Composto por maioria de direitista, o Legislativo trava diversos projeto de iniciativa do governo para insuflar o clima de instabilidade. Na semana passada, foi aprovado um projeto endossando a manobra intervencionista da Organização de Estados Americanos (OEA), invocando a Carta Democrática Interamericana.
O governo de Maduro reiterou a disposição ao diálogo, com a intermediação do Vaticano e do trio formado pelo ex-primeiro-ministro da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero e pelos ex-presidentes Martín Torrijos e Leonel Fernández, do Panamá e da República Dominicana respectivamente.
O governo emitiu um comunicado repelindo a “arremetida dos governos da direita intolerante e pró-imperialista da região”. Sobre a tese insuflada pela mídia de que se tratava de um golpe, Maduro classificou como uma mentira para “atentar contra o Estado de Direito na Venezuela e sua ordem constitucional”.
“É falso que se tenha consumado um golpe de Estado na Venezuela. Pelo contrário, suas instituições adotaram corretivos legais para deter a desviada e golpista atuação dos parlamentares opositores declarados abertamente em desacato às decisões emanadas do máximo Tribunal da República.”
Caracas acusa governos da região de ter formado “uma coalizão intervencionista” e “desatado uma histérica campanha contra a Venezuela, ante o fracasso de suas intenções de imiscuir-se em nossos assuntos internos”, em referência à reunião de terça-feira (28/3) na OEA que terminou sem a adoção de nenhuma medida contra o país, como pretendiam Almagro e países-membros como Estados Unidos, México, Canadá e Peru, entre outros.
“Governos que praticam a violação sistemática de direitos humanos, que reprimem violentamente a dissidência política, que executam golpes de Estado contra as maiorias eleitorais, que torturam e assassinam dirigentes populares e jornalistas, que promovem o modelo neoliberal que causa miséria e pobreza, de forma surpreendente, aspiram condenar a Venezuela, acompanhados de poderosas transnacionais de comunicação”, diz Caracas.