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segunda-feira, 17 fevereiro, 2025

Solidariedade mundial blinda soberania da Venezuela

Caracas, (Prensa Latina) Diversas demonstrações de solidariedade com a Venezuela e a defesa de sua soberania apoiam hoje o Governo bolivariano contra ataques da direita com ajuda dos Estados Unidos, segundo explicou o presidente Nicolás Maduro.

Em sua mais recente coletiva de imprensa, na qual conversou com comunicadores de dezenas de países convocados ontem às sedes diplomáticas da nação sul-americana, o chefe de Estado denunciou uma nova cruzada imperial que pretende socavar as conquistas sociais atingidas em Revolução.

Segundo analistas, a maneira inovadora de interagir com a imprensa permitiu estender um chamado à unidade e à integração para deter a arremetida cujo fim único, agregou, é restituir no mundo a geopolítica do governo norte-americano e ampliar seu sistema neocolonial.

A estratégia de Washington de retomar a América Latina e o Caribe como seu pátio traseiro e se apoderar de seus recursos naturais, pretende estender esse domínio a outros organismos essenciais como o Grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), explicou.

O mandatário considerou que Washington se dedica a recompor sua capacidade de influência perdida nos últimos 10 anos.

Nesse sentido, mencionou o golpe de Estado consumado institucionalmente no Brasil contra a presidenta Dilma Rousseff, ao mesmo tempo em que denunciou que a Venezuela e seu governo são alvo de uma intensa e virulenta campanha midiática, cujo eixo passa por Madri, Washington e Miami.

A operação, disse, ao estilo de um novo Plano Cóndor, é levada a cabo com grande carga de ofensiva midiática, hostilidade econômica, violência e conspirações políticas.

Para isso – destacou – aproveitam as estruturas institucionais para avançar contra os projetos populares que lutam e se esforçam pelo bem-estar dos povos.

A coletiva de Maduro teve lugar no meio de uma polêmica, depois da promulgação do decreto de Estado de Exceção e Emergência Econômica que busca blindar a soberania, apesar do repúdio da medida por parte da Assembleia Nacional, de maioria opositora ao Executivo.

Nas atuais circunstâncias, impedir esse instrumento legal no Parlamento o levaria ao Tribunal Supremo de Justiça para sua definitiva ratificação, o que, segundo analistas, poderia afundar mais a crise de poderes promovida pela direita para derrocar a Revolução bolivariana.

De acordo com o vice-presidente executivo do país, Aristóbulo Istúriz, toda esta ofensiva é parte do plano de setores extremistas contra a independência da Venezuela e a Constituição aprovada pelo povo em 1999.

O complô, segundo o servidor público, ficou evidente nas recentes declarações do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que pediu em Miami, durante a cúpula Concórdia das Américas, que um exército internacional arremetesse contra a nação sul-americana.

Uribe fez uma solicitação que coincide com o reivindicação em Caracas da opositora Mesa da Unidade Democrática de um processo revocatório para encurtar o mandato de Maduro (2013-2019), cujo primeiro passo, a coleta de um porcento do registro eleitoral (pouco mais de 19, 7 milhões de votantes) já apresenta irregularidades.

Frente a essa nova investida foi decretado Estado de Exceção, assinado na passada sexta-feira por Maduro, porque estão buscando como nos agredir, querem nos invadir e nos aplicar injustamente a Carta Democrática, para justificar uma invasão, alertou Istúriz.

O regulamento, publicada em Gazeta Oficial, na segunda-feira última e por um lapso de 60 dias, tem o objetivo de garantir os direitos sociais ao povo perante uma conjuntura econômica difícil.

Durante a vigência do estado de Emergência Econômica , segundo especialistas, prorrogável por outros 60 dias, o Executivo poderia indicar novas ações em matéria de saúde, alimentação e outros serviços básicos.

Depois das declarações intervencionistas de Uribe, Maduro adiantou a realização este fim de semana de manobras militares, organizadas pela Força Armada Nacional Bolivariana e com a participação de todos seus componentes ao longo do país sul-americano.

Será a oportunidade de dizer ao imperialismo, à direita internacional e a Uribe que o povo está com seu instrumento de trabalho em uma mão e na outra uma ferramenta de defesa para proteger a terra sagrada dos libertadores da América, afirmou.

O ministro de Defesa, Vladimir Padrino, explicou que os exercícios mostrarão o alcance da união cívico-militar, a tempo de recusar as pretensões de Uribe de promover uma intervenção estrangeira.

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