Beirute (Prensa Latina) Muitos libaneses dizem hoje que as atuais condições de vida são piores do que durante a guerra civil de 1975-90.
É o resultado da corrupção, do saque do tesouro e da má gestão de uma elite governante que agora não encontra soluções de qualquer tipo, embora se apegue ao poder.
Num dos mais recentes golpes contra os cidadãos, o governador do Banco Central (Banque du Liban), Riad Salameh, anunciou o fim dos subsídios aos combustíveis e em uníssono houve um notório aumento dos preços.
‘Durante a guerra civil, por mais horrível que tenha sido, não houve cortes de energia’, disse Hassan Khalife, 50, um pequeno empresário em torno do Parlamento.
Para ele, o Estado, que deve cuidar de sua gente, faz o contrário e ‘nos humilha’, disse.
A Khalife desligou duas geladeiras e mantém apenas uma em funcionamento, alimentada por uma linha geradora privada, de um vizinho.
O ministério da energia confirmou que o país precisa de 3.000 megawatts e só tem combustível para produzir 750 megawatts, disse um comunicado.
Isso é suficiente para uma ou duas horas de serviço diário, se é que conseguem.
Também não há combustível para sustentar geradores privados como Metri Flouti, que administra vários deles na elegante área de Ashrafieh, na capital, e diz que não pode comprá-lo no mercado negro ou branco.
Anteriormente conhecida por sua vida noturna, Beirute está fora da azáfama do passado em cafés, cafeterias, clubes e restaurantes, apenas alguns permanecem para vagar pela corniche (calçadão) para evitar a escuridão e o calor domésticos.