Montevidéu, (Prensa Latina) O senador uruguaio da Frente Ampla Leonardo de León condenou o trabalho do secretário geral da OEA, Luis Almagro, ante a situação na Venezuela e destacou o papel de seu governo na atual conjuntura política regional.
A posição de Almagro e do organismo hemisférico tem sido lamentável, ao não propiciar o diálogo e, pelo contrário, promover a polarização e ingerência e violar permanentemente o princípio de autodeterminação do povo venezuelano, afirmou em declarações que publica hoje o jornal La República.
De León assinalou que sem dúvidas essa estratégia faz parte de um plano que se estaria gestando para justificar uma intervenção no país caribenho.
Comentou que em quase toda a história da Organização dos Estados Americanos esta tem atuado subordinada aos interesses imperialistas, e enfatizou que ‘nossos países’ deverão reconhecer que os interesses da OEA não são os mesmos e são incompatíveis com os da região.
O senador recordou que meses atrás, o ex-chanceler uruguaio tentou assistir em Havana a um ato político, planejado pelo ‘mais reacionário da gusanería cubana em Miami’, que propiciava em Cuba uma ação de ingerência.
Ao referir-se à postura de seu país, o parlamentar da Frente Ampla destacou o papel do governo uruguaio e avaliou que no meio de uma situação política regional adversa ‘atuou em prol do diálogo interno na Venezuela’ e reiterou o princípio de autodeterminação dos povos.
Destacou que o Uruguai está no Mercosul com o golpista brasileiro Michel Temer, com um governo paraguaio cujo chanceler, Eladio Loizaga, participou no Plano Condor e foi integrante da Aliança Mundial Anticomunista e com Mauricio Macri, que representa a maior expressão de neoliberalismo na região.
Nosso governo, expressou De León, conseguiu que princípios fundamentais como o respeito à autodeterminação dos povos, a não ingerência e a busca de espaços de diálogo entre o governo e a oposição venezuelana se tomassem como diretrizes do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e não a postura de que ativação da carta democrática.
Apontou que a Venezuela está polarizada e não há outra ação mais importante para o Mercosul, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-americanas, que promover a busca do diálogo.
O legislador frenteamplista mostrou-se confiante que na reunião de chanceleres da CELAC da próxima semana se proponha a retomada da mesa de diálogo para que os venezuelanos possam dirimir definitivamente os eixos do problema.
Enfatizou que são eles quem deverão resolver essa situação e assim acabar com toda tentativa de ingerência e as aspirações de intervenção, que tanto dano estão fazendo ao povo venezuelano e a toda América Latina.