É um salto grande em menos de uma semana. Na rodada anterior do Ibope, entre segunda-feira e quarta-feira da semana passada (15 a 17), Haddad perdia para Bolsonaro na capital paulista por 47% a 53%. Haddad ganhou quatro pontos e Bolsonaro perdeu quatro -em menos de uma semana. Você pode ver os relatórios das pesquisas da semana passada (aqui) e desta semana (aqui). O que está acontecendo em São Paulo é um terremoto eleitoral. No primeiro turno, Haddad perdeu para Bolsonaro na capital paulista por 44% a 19%.
Recuemos no tempo. Em 2014, Dilma perdeu para Aécio por 63% a 36%. E Haddad pedeu a Prefeitura em 2016 no primeiro turno para Doria, que teve 53% dos votos, enquanto o então prefeito obteve apenas 16%.
Sim, é disso que se trata: a São Paulo conservadora, a São Paulo da derrota fragorosa de Haddad em 2016, a São Paulo bastião das elites, a São Paulo dos coxinhas e das camisas amarelas na Paulista está se tingindo de vermelho (ou vermelho, verde, amarelo e azul, as cores da campanha no segundo turno).
É como a queda do mais importante bastião de um exército numa guerra. Algo como a vitória do povo do Vietnam contra o exército de ocupação francês em na batalha de Dien Bien Phu, em 1954.
Romper com a hegemonia da direita em São Paulo muda o equilíbrio da disputa em todo o país. São Paulo é a maior capital nordestina do Brasil -o que reforça muito a vantagem de Haddad no Nordeste. São Paulo é a referência de metrópole, é a “meca” capitalista, é onde está mais arraigada a arrogância de uma elite escravocrata e voraz. Virar em São Paulo é quebrar a arrogância contra a pedra da resiliência dos mais pobres.
E, sobretudo, é derrotar duas vezes os fascistas. O fascista militar e o fascista playboy.
Haddad vai pra cima.