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terça-feira, 21 outubro, 2025

Rússia: Ucrânia tornou-se um “porta-aviões terrestre” para o Ocidente

HispanTV – O ministro das Relações Exteriores russo acusa o Ocidente de usar a Ucrânia como um “porta-aviões terrestre” para gerar ameaças constantes contra a Rússia e impedir seu desenvolvimento.

De acordo com o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, a Rússia está pronta para cooperar “de braços abertos” com qualquer país que o faça com base na igualdade e no respeito mútuo, sem impor ditames.

Em uma entrevista para um projeto de documentário russo publicada na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores russo afirmou que a “amizade” entre a Rússia e os países ocidentais terminou quando o Ocidente observou que Moscou buscava defender sua dignidade, com base em seus interesses nacionais e na necessidade de garantir sua soberania econômica, industrial e tecnológica.

A esse respeito, ele observou que o Ocidente, ao exigir respeito pela população de língua russa na Crimeia, Donbass e Novorossiya, “estava transformando a Ucrânia em um anti-Rússia, uma espécie de porta-aviões terrestre para gerar ameaças constantes à Rússia”. Ele também enfatizou que “Quando fomos forçados a lançar a operação militar especial, descobriu-se que todas as nossas relações exteriores tinham sido usadas pelo Ocidente para impedir nosso desenvolvimento”.

Sobre alianças como a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e os BRICS, Lavrov indicou que a Rússia nunca procurou se isolar do Ocidente, mas a política discriminatória deste último em relação a Moscou levou o país a fortalecer alianças com outros atores internacionais.

O ministro das Relações Exteriores também acrescentou que “além de não abandonar nossos compatriotas na Ucrânia à mercê do destino do Ocidente”, a Rússia entendeu “o preço de tudo o que o Ocidente ‘nos ofereceu’ e quão ‘confiável’ ele é como parceiro”.

O presidente russo alerta a Europa e os EUA que a militarização e a implantação de mísseis na Ucrânia enfrentariam uma resposta imediata e dura de Moscou.

Sobre a participação da Rússia em eventos internacionais, Lavrov denunciou: “E quando nos dizem: ‘Ok, convidamos vocês a vir, podem hastear a bandeira aqui, mas não haverá hino’, isso é humilhante. Mas, mesmo assim, entendo os atletas que vão lá e vencem. Eles se comportam com dignidade. Não é culpa deles.”

O diplomata russo enfatizou que “nunca se pode confiar no Ocidente”, algo que a história russa demonstrou. Por isso, afirmou que, em setores críticos para a sobrevivência do Estado, como segurança e tecnologia, a Rússia deve ser autossuficiente ou buscar parceiros que “não estejam infectados com a doença ‘ocidental’: viver constantemente às custas dos outros e forçar todos a obedecer”. Segundo Lavrov, Moscou tem os aliados necessários dentro da OCX e dos BRICS.

Desde fevereiro de 2022, a Rússia continua sua operação militar especial, cujos objetivos são proteger a população étnica russa da Ucrânia do genocídio de Kiev e abordar os riscos de segurança representados pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o leste e em direção às fronteiras da Rússia.

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, concordaram, por telefone, em realizar uma segunda reunião para negociar o fim do conflito na Ucrânia. A reunião será realizada em Budapeste, mas a data ainda não foi definida.

Trump e Putin se encontraram em 15 de agosto no Alasca para uma cúpula que não resultou em medidas concretas para o fim das hostilidades e foi saudada como um sucesso diplomático para o Kremlin. O recente telefonema, no entanto, serviu para buscar uma reaproximação renovada, e os dois concordaram em se encontrar em breve na capital húngara, cujo primeiro-ministro, Viktor Orbán, é um aliado próximo de Trump e Putin.

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