Moscou (Prensa Latina) Rússia enfrenta hoje uma verdadeira guerra do silêncio para suas ações positivas em Síria por parte de meios ocidentais e, ao mesmo tempo, uma forte campanha difamatória, acompanhada de acusações na area internacional.
A grande imprensa ocidental está encarregada de citar centros humanitários e a especialistas para provar o suposto envolvimento de Moscou na catástrofe humanitária do povo sírio.
Fora da visão de documentos como a Declaração conjunta emitida por Estados Unidos, Canadá, Itália, França, Alemanha e Reino Unido sobre a catástrofe humanitária na cidade síria de Alepo, fica todo o trabalho despregado ali pelos militares russos.
O Centro russo de Reconciliação com as partes enfrentadas em Síria nos últimos quatro dias apoiou às tropas sírias no resgate a mais de 18 mil civis que fugiram de zonas sob controle de formações armadas que Ocidente faz questão de qualificar de moderadas.
Os chamados moderados torturaram durante semanas aos civis que se negaram a colaborar, a integrar as filas dos grupos violentos, organizaram castigos em massa e privaram de alimentos à população, segundo narram quem escaparam de seu controle.
Mas disso se fala muito pouco na grande imprensa ocidental, como também não se menciona que 18 mil civis mencionados, deles mais de 7.500 crianças, os militares do referido centro lhe forneceram 240 toneladas de ajuda humanitária nesta semana.
As duas enfermeiras militares russas que morreram em um ataque recente, ao que evitou condenar o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, se dispunham a brindar atenção médica à população a mais de 50 bairros libertados no oriente de Alepo, sobretudo a menores de idade.
Nesta ocasião, para além do sucesso das operações no leste de Alepo, em uma cidade de 190 quilômetros quadrados, os militares russos cumpriram missões humanitárias, como o acompanhamento dos civis que escaparam de zonas terroristas ou o fornecimento de víveres.
Também não fala-se nada dos mais de 3 mil civis que regressaram a zonas libertadas em Alepo e o apoio dos uniformizados russos em trabalhos de reconstrução de imóveis sociais e posta em marcha de centrais elétricas ou aquedutos. Muitos menos menciona-se o trabalho em Alepo dos zapadores do Centro Internacional de Desminado do Ministério russo de Defesa.
Mas o que mais se cala a declaração conjunta do referido sexteto ocidental é a responsabilidade desses países na crise humanitária provocada por seu apoio a formações armadas para que durante cinco anos tentassem derrocar ao presidente Bashar Al Assad.
Ao menos 4 milhões 200 mil pessoas saíram de Síria, deles 3 milhões 200 mil crianças e mulheres, enquanto pereceram outros 400 mil civis, em um conflito que deixou completamente em ruínas a dezenas de cidades e localidades sírias.
A declaração também não menciona como os citados seis países recusaram 11 projetos de resoluções do Conselho de Segurança da ONU, incluída uma para reconhecer a unidade, integridade territorial e soberania de Síria e outra de condenação às formações terroristas.
O sexteto foi responsável pelo fornecimento indireto de armas modernas a grupos terroristas, aos que ofereceram apoio técnico, assessoramento e respaldo político e moral, indicou Vladimir Kozin, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos.
Ante o avanço das tropas sírias, ao deixar aos grupos armados com o controle de mal 10 quilômetros quadrados de Alepo, Washington tenta forçar as ações para evitar ser deixado fora do processo de negociações políticas em Síria.
De acordo com Vladimir Guseev, diretor do Instituto de países da Comunidade de Estados Independentes, a decisão do presidente estadounidense, Barack Obama, de levantar a proibição ao fornecimento de armas a grupos violentos em Síria, pode ser algo muito perigoso.
Na situação do conflito sírio, ninguém pode evitar que os sistemas portáteis antiaéreos possam cair em mãos do movimento terrorista Estado Islâmico que, a sua vez, se vê ameaçado pode o empregar contra os próprios aviões de combate norte-americanos.
A advertência de evitar a utilização de formações terroristas para conseguir propósitos políticos por suas inevitáveis consequências formulou-a o presidente russo, Vladimir Putin, em mais de uma ocasião.
Por agora, nos canais de televisão existe um silêncio total sobre as vítimas civis na operação da coalizão internacional na cidade de Mosul e muito destaque à catástrofe humanitária em Alepo.
A guerra do silêncio continua.