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sábado, 18 janeiro, 2025

Rum cubano light, sabor e herança no paladar (Fotos e Vídeo)

Havana (Prensa Latina) Sempre que falamos de bons drinks, especiais para momentos inesquecíveis, há espaço para citar o Rum Light Cubano, que traz ao paladar sabor e pura história com rótulo patrimonial.

Por: Dai Liem Lafa Armenteros

Editorial de Cultura

Este rum e o conhecimento acumulado pelos mestres produtores de rum da ilha caribenha estão intimamente ligados ao patrimônio agroindustrial açucareiro do país e segundo quem tem experiência no assunto, “para fazer o autêntico rum cubano é preciso fazer nesta terra”, com cana-de-açúcar cultivada aqui.

A história afirma que este rum teve origem em 1862 na cidade de Santiago de Cuba; A região oriental é reconhecida como berço e no território de Santiago existe a sua chamada catedral.

Desde então, para o seu fabrico, a magia, os segredos, os conhecimentos e as experiências que caracterizam os processos têm sido cultivados e transmitidos, de geração em geração, aumentando a qualidade e ganhando prestígio a nível mundial.

Seja branco ou dourado, velho ou jovem, estamos falando aqui de um símbolo da cubanidade.

São reconhecidas internacionalmente, entre outras, marcas como Havana Club, Santiago de Cuba, Cubay, Varadero e Caney, pertencentes à Corporação Cuba Ron SA, e que possuem a Denominação de Origem Protegida CUBA.

MUITO DIFERENTE DOS OUTROS

Especialmente para a seção Escáner da Prensa Latina, concedeu uma entrevista o Primeiro Mestre e líder do Movimento dos Mestres do Rum Cubano, Juan Carlos González Delgado, que explicou que o rum cubano light possui uma série de características que o diferenciam dos demais produzidos em o mundo.

A começar pelos perfis sensoriais, é um rum brilhante e de perfeita transparência, com cheiro e sabor fortes que combinam os aromas da cana-de-açúcar com os que posteriormente são incorporados no processo de envelhecimento, observou.

Segundo González, esses processos são caracterizados por várias etapas que consistem em misturas complexas de runs base até a formação do produto acabado.

Do ponto de vista tecnológico é também um procedimento complexo, mas sempre apoiado numa tradição arraigada, destacou o Primeiro Professor.

Nessa linha e para destacar está riqueza cultural, em 2016, “O Conhecimento dos Mestres do Rum Cubano e os espaços fabris onde ocorre o processo de transmissão” foi declarado em Cuba como Patrimônio Cultural da Nação pelo Conselho do Patrimônio Cultural Nacional.

E precisamente agora se passaram dois anos, desde que em 30 de novembro de 2022, em Rabat, Marrocos, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) declararam o “Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade” como o “Conhecimento dos Mestres da Arte Cubana”. Rum leve.

RECONHECIMENTO DA UNESCO

Relembrando aquele momento histórico a que assistiu, o entrevistado expressou que o reconhecimento, antes de tudo, representa a justiça histórica com tudo o que a nação cubana tem feito em benefício desta indústria, mas também internacionalmente, se levarmos em conta que o rum cubano é uma referência mundial para produtores do ramo.

Para os Mestres do Rum Cubano, afirmou o seu líder, “é um compromisso renovado com a preservação e transmissão desse conhecimento que nos trouxe até aqui”.

Acrescentou que para garantir a continuidade desta cultura do rum, o Movimento baseia-se na exigência e no controlo da forma como são feitos os rum nacionais, apegados à tradição e obedecendo aos padrões estabelecidos.

González Delgado quis dizer que nesta continuidade existe um grupo de aspirantes a mestres de Rum e nestes “know-how” está a ser depositado.

É um processo lento e longo, disse o especialista, no qual enfatizamos incutir o compromisso dos mais novos com esta tradição.

Um professor deve ser um bom comunicador da cultura que representa, destacou González Delgado, e o atual Movimento dos mestres do rum espera que estes candidatos sejam melhores que nós, afirmou.

CUBA E SEUS FAMOSOS COCKTAILS

Foto de : Panchito

Foto de : Panchito

Foto de : Panchito

Cuba – junto com alguns bartenders e lugares renomados – é famosa no mundo das bebidas, onde seus coquetéis leves à base de rum são muito apreciados.

Sem ir mais longe, o Mojito e o Daiquirí, dois dos mais famosos, são conhecidos em todos os cantos e já tiveram espaço em filmes, obras literárias, arte moderna e até videoclipes.

César Guerrero, bartender com mais de 30 anos de trabalho no famoso bar Bodeguita del Medio, em Havana Velha, concordou em compartilhar com a Prensa Latina que embora já existisse a preparação do Mojito, o coquetel de assinatura deste bar-restaurante, o mérito é que ele o popularizou.

O fato deveu-se, segundo diz, a grandes figuras culturais que frequentaram este local nas décadas de 40 e 50 do século passado, como o Poeta Nacional Nicolás Guillén e o escritor venezuelano Miguel Otero Silva – que visitou La Havana -, que trouxe mais gente ao local e contribuiu para torná-lo famoso.

Naquela época – disse ele – está bebida era feita com rum branco como base, e hoje se utiliza em seu preparo um rum leve, de sabor forte acentuado e cor viva, como o Havana Club três anos, que por si só é um excelente misturador.

Esta é a cachaça que usamos para fazer o Mojito na Bodeguita del Medio, e certamente na maioria dos estabelecimentos cubanos, afirmou o experiente bartender.

E com sua graça natural, Guerrero mencionou que em outros lugares do mundo o Mojito já foi copiado com outros formatos e tamanhos, mas não podem, mesmo que o copiem, ser como o da Bodeguita del Medio.

Sempre falo que da porta para fora, mesmo que façam na esquina, já é uma cópia, disse o entrevistado com um largo sorriso.

PARA PROVÁ-LO REALMENTE

E na variada lista de drinks à base de cachaça light nacional, além do Mojito, estão também os Cuba Libre, Cubanito, Presidente, Mery Pickford, Ron Collins, Saoco, entre outros.

Quem sabe diz que muitos destes cocktails requerem Rum Cuban Light, pois é justamente essa frescura e suavidade que o distinguem que permitem o equilíbrio numa bebida em que todos os ingredientes estão expostos.

Ainda assim, os especialistas indicam que este rum, para o saborear verdadeiramente, deve ser servido à temperatura ambiente e em copo Old Fashioned, num Havana Club ou em copo balão (estes permitem o contacto com a pele, para que o licor mantenha a sua temperatura).

E antes de tomar o primeiro gole, como um afrodisíaco ritual, você deve perceber seu aroma com delicadeza e saúde!

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