Manágua (Prensa Latina) A vice-presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) da Nicarágua, Maritza Espinales, afirmou nesta segunda-feira (05) que a inclusão da prisão perpétua no Código Penal para punir os crimes de ódio é uma medida humana e necessária.
Naquela época, foram contabilizados 49 assassinatos de mulheres durante o ano, duas delas grávidas, sendo muito recente o de duas irmãs de 10 e 12 anos, inclusive estupro, cadastradas em uma comunidade da Região Autônoma do Norte do Caribe no dia 12 Setembro.
O processo legislativo em curso para incluir a prisão perpétua no código penal implica uma reforma da Constituição que vai tirar duas legislaturas da Assembleia Nacional, a que termina no próximo mês de Dezembro e a de 2021, especificou.
Sobre o apoio popular à proposta, ele anunciou que até o momento já foram coletados quase dois milhões de assinaturas para equiparar a petição ao Supremo Tribunal de Justiça e ao próprio Parlamento por meio de carta aberta.
Espinales comentou que além dos crimes de ódio por motivos étnicos, misoginia ou discriminação contra a diversidade sexual, existe a intolerância política.
Esse aspecto do crime foi revelado durante a tentativa fracassada de golpe de abril a julho de 2018, lembrou a vice-presidente da Assembleia Legislativa.
É uma medida humana e necessária, embora tenha provocado a desqualificação da direita da oposição e dos seus meios de comunicação, explicou.
Disse que este tipo de legislação não é exclusiva da Nicarágua, porque os Estados Unidos, espelho em que sempre se olha a oposição crioula, há mais de 15 anos tem uma legislação semelhante contra o ódio.
Foi nesse país que o termo crimes de ódio começou a ser cunhado por ocasião de tiroteios que provocam massacres em suas escolas, afirmou.
Por fim, destacou que a aprovação da reforma do Código Penal (em vigor desde 2009) implica também a modificação da lei do sistema penitenciário.