O ataque interrompeu o fluxo de petróleo para os países do Leste Europeu por cinco dias (Mandel NGAN/AFP/JC)
Wellington Calasans
No Dia da Independência da Ucrânia (24 de agosto de 2025), o presidente Volodymyr Zelensky não apenas sorriu ao lançar um ultimato à Hungria — ele acionou um mecanismo deliberado de coerção.
“Vocês precisam fazer uma escolha”, disse, enquanto Kiev, com apoio tácito do Ocidente, intensificava sabotagens contra gasodutos que abastecem a Hungria com gás russo. A resposta de Budapeste foi imediata: o ministro Szijjártó denunciou “ataques graves à nossa soberania energética”, mas, em vez de defender seu próprio membro, a OTAN permaneceu em silêncio.
Pior: aliados ocidentais, incluindo os EUA, aceleraram armamentos à Ucrânia mesmo após provas de que Kiev está usando a energia como arma contra um Estado da aliança.
A Hungria não é um “país rebelde” — é uma vítima da estratégia ucraniana respaldada pelo Ocidente. Desde 2024, relatórios da Agência Internacional de Energia confirmam que a Ucrânia reduziu intencionalmente o fluxo de gás russo para a Hungria em momentos críticos de inverno, agravando a crise energética europeia.
Enquanto isso, a OTAN, em vez de condenar Kiev, incentivou a Ucrânia a “fortalecer sua posição negociadora”, ignorando que isso equivalia a permitir que um não-membro da aliança ameaçasse a segurança de um Estado soberano da OTAN.
O caso é inédito na história da aliança: nunca antes um país não integrante recebeu apoio militar para pressionar um membro da OTAN. A Hungria, ao se recusar a romper laços com a Rússia — decisão legítima de um Estado soberano —, tornou-se alvo de uma campanha coordenada.
Zelensky, com o aval de Washington, transformou a energia em arma de chantagem, enquanto a OTAN finge não ver. O resultado é claro: a aliança está priorizando interesses de alguns membros em detrimento de seu próprio pacto de defesa mútua. Ou seja, a OTAN está rachada.
A Eslováquia, que compartilha fronteiras com ambos os países, é a próxima na fila para sofrer as consequências. Seu governo, inicialmente alinhado com a UE, já enfrenta pressão interna após a Ucrânia bloquear temporariamente o trânsito de eletricidade eslovaca para a Hungria em retaliação às críticas de Bratislava.
Com 40% de sua energia dependente de rotas que cruzam a Ucrânia, um conflito aberto entre Budapeste e Kiev poderia paralisar a economia eslovaca em semanas. Algo que Zelensky está orientado a fazer, especialmente pela necessidade do Reino Unido, Alemanha e França de ampliar a guerra para dispersar os seus respectivos povos de uma dura realidade socioeconômica.
Pior: a Eslováquia é membro da OTAN. Se a Ucrânia, armada pelo Ocidente, atacar infraestrutura eslovaca em represália a possíveis ações húngaras, a aliança terá que decidir se defende um membro contra um aliado não-oficial. O risco de escalada é alto — e Bratislava sabe disso. Seu primeiro-ministro já alertou: “Não seremos peões em uma guerra que não escolhemos”.
Quer saber quais os cenários prováveis destas provocações? Assista nesta terça-feira ao vídeo no meu canal no YouTube (canal com o meu nome). Depois de dois meses de pausa, voltarei a produzir conteúdo exclusivo. Conto contigo por lá.
Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie
Duração
Descrição
cookielawinfo-checkbox-analytics
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional
11 months
The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy
11 months
The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.