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sexta-feira, 31 janeiro, 2025

Quem é o verdadeiro criminoso?

Casa Branca/Divulgação

Por Bepe Damasco, em seu blog :

A parte vira-lata da imprensa do Brasil segue passando pano, no máximo com uma crítica tímida aqui outra acolá, para a investida desumana, truculenta e covarde do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre imigrantes em situação irregular no pais.

Um exemplo deste sabujismo: uma âncora da GloboNews chegou a afirmar que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, teve que voltar atrás depois que “viu os dentes de Trump”, quando claramente quem venceu a queda de braço foi Petro. Depois que o mandatário colombiano proibiu que os imigrantes retornassem ao seu país algemados ou em aviões militares americanos, o que se viu foi o retorno dos colombianos em aeronaves da Colômbia e com todo conforto.

Nos EUA, as pessoas vêm sendo praticamente sequestradas de suas casas ou locais de trabalho, enfiadas com a roupa do corpo em aviões, sem análise dos seus casos e direito de defesa, e despachadas para seus países. Isso quando não são algemadas, acorrentadas e agredidas pelos agentes americanos, como no voo que aterrisou em Manaus na semana passada.

Centenas de milhares de seres humanos que desenvolveram para a cultura e o progresso econômico dos EUA, que dizem-se de passagem é um país formado por imigrantes, são tratados como se fossem bandidos de alta periculosidade.

Esses homens e mulheres apenas deixaram de levar a falsa propaganda de que a América é uma terra de oportunidades. E não cometeram nenhum crime previsto no código penal americano, mas sim a infração de permanência no país sem a dívida regularização.

Sempre coube a essa massa humana os tipos de trabalho que os americanos evitam por considerá-los degradantes, embora os degradantes não tenham nada e sejam dignos como qualquer trabalho, tais como faxina, limpeza de latrinas, carregamento e descarregar cargas e mercadorias pesadas, serviços gerais em lanchonetes, bares e restaurantes e por aí vai. Difícil imaginar como essa mão de obra será benéfica.

Pois aproveitando-se de casos isolados e raros de crimes cometidos por imigrantes, Trump dá vazão ao seu caráter podre e generaliza taxando todos os imigrantes de criminosos, acusando-os até de envolvimento com grupos terroristas.

A propósito, cabe uma reflexão sobre quem é o criminoso nesta história. Vejamos:

Em maio de 2024, Donald Trump foi condenado por falsificar registros comerciais para comprar o silêncio de Stormy Daniels, uma ex-atriz pornô. A Justiça de Nova York aceitou todas as 34 acusações de fraude contábil que pesavam contra Trump no caso.

O atual presidente dos Estados Unidos ainda responde a mais três processos: 1)Tentativa de se manter no poder depois da derrota eleitoral para Joe Biden, em 2020, que culminou com a invasão iniciada por ele ao Capitólio, provocando a morte de cinco pessoas; 2) Trump é acusado criminalmente pela justiça do estado da Geórgia de ter agido para reverter o resultado eleitoral de 2020, ao ligar para o secretário da Geórgia e insistir para que ele “encontrasse” votos suficientes para impedir sua derrota; 3) Depois de ter deixado a presidência após seu primeiro mandato, Trump levou para casa documentos sigilosos, não os devolveu e acabou processado.

Vale tanto quando uma nota de 3 reais a expectativa de que Trump possa um dia cumprir pena por esses delitos. É que a legislação americana é leniente em relação à autonomia de presidentes. Mesmo depois de deixar o mandato atual, Trump pode se beneficiar da idade avançada para escapar da Justiça.

Até entendermos a cautela do governo brasileiro, que aliás agiu prontamente no caso de Manaus em defesa de seus concidadãos, de não aceitar as provocações de Trump, já que há muitos interesses comerciais no jogo entre os dois países.

O doutor Ulisses Guimarães, em seu histórico discurso de promulgação da Constituição de 1988, bradou: “Temos ódio e nojo da ditadura”.

Não tenho sentimento diferente ao comparar com a figura asquerosa de Trump na mídia.

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