Protestos contra cortes do governo ecoam em Buenos Aires

Os protestos estão ecoando em várias áreas de Buenos Aires, com o Congresso Nacional e o Ministério da Desregulamentação e Transformação do Estado sendo os pontos focais, assim como o terreno do Hospital Infantil Dr. Garrahan e a Ponte Pueyrredón, onde uma vigília de piquete está ocorrendo em comemoração ao 23º aniversário do Massacre de Avellaneda.

Membros de mais de 70 sindicatos se uniram em uma frente única e marcharam hoje em direção ao Ministério da Desregulamentação, liderado por Federico Sturzenegger, que o secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado, Rodolfo Aguiar, considera um ator-chave na política de ajuste e enxugamento do Estado pelo Executivo.

Essa frente foi convocada pela liderança das federações de transporte, junto com os dois sindicatos de funcionários do governo central, o Sindicato dos Trabalhadores (CTA) e o Sindicato Autônomo (CTAA), e dezenas de outros sindicatos, como a Federação dos Trabalhadores do Petróleo e dos Descaroçadores de Algodão.

“Esta Frente de Luta pela Soberania, Trabalho Decente e Salários Justos convoca todos os setores da sociedade a pôr fim a esse abuso e fazer ressoar a voz mais gloriosa do nosso povo: a voz dos trabalhadores”, insta em comunicado a Confederação Argentina de Trabalhadores do Transporte.

Hugo Godoy, secretário-geral da CTA – Autónoma, afirmou que apoiam esta iniciativa porque a resistência e a unidade são essenciais “para derrotar esta política de fome e pilhagem”.

Além disso, profissionais de saúde do Hospital Infantil Dr. Garrahan, acompanhados por pais e vizinhos, organizaram outra greve nas dependências do hospital reconhecido nacionalmente, exigindo salários decentes para ajudá-los a sobreviver ao mês e melhores condições de trabalho.

Enquanto isso, como todas as quartas-feiras, dezenas de aposentados realizaram a Marcha pela Dignidade, uma manifestação acompanhada por sindicatos que marcham no centro de Buenos Aires, como o Sindicato dos Trabalhadores da Economia Popular.

Uma operação massiva envolvendo todas as forças policiais — municipal, federal, gendarmaria e segurança aeroportuária — protegeu o Congresso com uma cerca tripla de aço, centenas de policiais e veículos blindados, bloqueando todas as ruas e avenidas que levavam ao palácio legislativo, causando caos no trânsito. Há mais policiais bem equipados do que manifestantes aposentados.

Com tal mobilização, a sede da segurança pretende evitar que os “velhos” e seus companheiros se aproximem da sede legislativa, onde hoje acontecem audiências, entre elas a da Comissão de Inquérito do golpe das criptomoedas, audiência que será decisiva inclusive para sua existência.