Santiago do Chile, 12 jan (Prensa Latina) Engenheiros e profissionais da empresa de eletricidade Enel começaram hoje uma greve para rejeitar o que consideram ser uma proposta espúria daquela entidade, de acordo com fontes do setor.
Mauricio Ramírez, presidente do sindicato correspondente, disse que 96,7 dos participantes decidiram entrar em greve, que é ‘o resultado da conscientização dos profissionais que aumentaram sua produtividade em 23%, somada a um trabalho constante de transparência e diálogo’.
Ele ressaltou que durante um processo de mediação jurídica, a Enel Generación não apresentou uma proposta que respondesse às exigências dos profissionais, que estavam principalmente insatisfeitos com o direito à indenização estabelecido pelo código do trabalho.
Eles também demonstraram sua insatisfação com a discriminação entre funcionários que desempenham funções semelhantes na empresa, onde os contratos coletivos são instrumentos para perpetuar tais práticas.
O líder sindical acrescentou que 2020 foi um ano muito difícil, pois desde o início da pandemia de Covid-19, 60% do pessoal da Enel Generación se dedicou ao teletrabalho, mas muitos outros trabalhadores permaneceram no campo, alguns em lugares muito remotos, e tiveram que percorrer aproximadamente 100 quilômetros.
Fontes do sindicato disseram que a votação da greve reflete o desconforto dos profissionais da empresa, que, segundo eles, estão acumulando lucros de 1,4 bilhões de dólares, com lucros em 2019 superiores a 280 milhões.
Eles acrescentaram que em 2020, apesar da crise econômica global e da situação da pandemia no país, a Enel teve lucros antes dos impostos de janeiro a setembro de mais de US$465 milhões e seus profissionais aumentaram sua produtividade em 23%.
Esse histórico fez com que a primeira proposta da empresa para melhorias de apenas um por cento por ano de contrato parecesse uma provocação, ao contrário das políticas de sustentabilidade oferecidas aos acionistas e futuros investidores.