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sábado, 20 abril, 2024

Prisão de Cunha, Lula, Moro, *mishell e o jogo de xadrez

 

ABRE A BOCA, CUNHA!

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

Por muitos anos, ou melhor, por décadas os militares sofreram e ainda sofrem, com menor radicalismo nos tempos de hoje, com o passado no que diz respeito a intervir, de 1889 a 1985, principalmente a partir do golpe de 1964, na política brasileira, a manterem ainda uma certa influência no Governo Sarney.
Realmente, os militares ficaram marcados por causa de seus governos ditatoriais e intervencionistas, a marcar duramente a vida civil e suas organizações, associações, sindicatos, instituições e entidades, ou seja, retirar autonomias e liberdades da sociedade organizada, que é, sobretudo, o pilar de qualquer democracia e de nação que se considere civilizada, diversificada e multifacetada.
Os militares pagaram um preço altíssimo, porque, principalmente a partir da redemocratização com as primeiras eleições livres e diretas para governadores em 1982, passaram a ser alvos de acusações, denúncias, críticas duras, rejeições, desabafos, desdém, intolerância e ódio. A resumir: colheram o que plantaram, sendo que os civis também protagonistas do golpe continuaram a mandar na política e hoje, muitos deles, são artífices do golpe de 2016.
Em 1984, aconteceram as Diretas Já, nas principais capitais do País. No ano de 1985, o candidato favorito das forças democráticas, Tancredo Neves, venceu as eleições indiretas no Congresso com amplo apoio popular, ressalta-se, realidade esta que lhe deu credibilidade e legitimidade política, conforme comprovam as imagens, os filmes e os documentários da época. Porém, Tancredo morreu antes de assumir a Presidência da República, fato que causou comoção popular.
Em seu lugar assumiu José Sarney, político influente da ditadura militar, mas de temperamento aberto ao diálogo. Governou com certa tolerância e não reprimiu os movimentos sociais e as greves organizadas pelos sindicatos dos trabalhadores, que no governo de Sarney se fortaleceram, além de em seu mandato ter sido realizada a Constituinte, de forma livre e democrática, a ser coordenada por Ulysses Guimarães.
O político paulista era um dos líderes do MDB (PMDB) contra a ditadura militar e principal articulador da Constituinte de 1987/1988, tanto que se tornou um político emblemático, cuja memória é respeitada pelos brasileiros. Em 1992, Ulysses encontrou a morte por meio da queda do helicóptero em que voava de Angra dos Reis a São Paulo. A nave caiu no mar. O corpo de Ulysses Guimarães nunca foi encontrado.
A Constituinte edificou uma das constituições mais avançadas do mundo. No momento, em 2016, a Carta Magna, também chamada de Constituição Cidadã, está a ser rasgada e queimada na fogueira por inquisidores, que formaram um consórcio de direita para derrubar do poder a presidente Dilma Rousseff, cassar o registro do PT, extinguir os programas de inclusão social dos governos trabalhistas, desmontar o Estado nacional, de forma que “nunca mais” o Poder Central tenha meios, por intermédio das estatais, para ser o indutor do desenvolvimento econômico do País, mediador dos interesses privados e públicos, de forma a intervir contra os abusos do poder econômico, além de promover os avanços sociais que, indubitavelmente, aconteceram nos 13 anos dos governos do PT,
Entretanto, a cereja do bolo é o Lula. A direita associada a um consórcio golpista e usurpador do poder comete ações e atos persecutórios contra o líder trabalhista de fama internacional. Talvez seja a perseguição e a covardia mais infames e sórdidas que já cometeram contra um político no Brasil. Nem Getúlio Vargas, que foi levado à morte para evitar um golpe em 1954, foi tão perseguido, apesar de quando pesquiso sobre o estadista gaúcho percebo, sem quaisquer dúvidas, que ele foi duramente atacado.
Os ataques a Getúlio tinham como motivo as ações nacionalistas e as concessões trabalhistas perpetradas pelo político do PTB, que lutava, desde 1930, por um Brasil de todos, autônomo, independente, a constar os pobres no Orçamento da União. Lula, igualmente a Getúlio, é perseguido ferozmente pelos coronéis midiáticos, por políticos do PSDB e do DEM e por agentes do Estado, que agem na penumbra (vazamento de inquéritos e de áudios, acusações e denúncias infundadas) para condenar e desconstruir Lula pelas manchetes das televisões, de jornais e revistas, a envolver também na sórdida perseguição ao político petista as rádios e as publicações pela internet.
Sem dúvida, a covardia e o golpe bananeiro têm como maior protagonista do consórcio de direita os meios de comunicação privados, à frente desse processo criminoso e golpista as Organizações(?) Globo, veterana de golpes e de imposições relativas à sua agenda política e econômica, que não é e nunca foi a mesma agenda dos interesses do povo brasileiro e do País. Esta realidade é tão concreta, que o oligopólio “global” somente combateu mandatários trabalhistas, a exemplo de Getúlio, Jango, Lula e Dilma, além de Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e duas vezes do Rio de Janeiro.
O gaúcho ficou exilado por longos 15 anos e, de volta ao Brasil, foi combatido sem trégua pela família Marinho, que, como a maioria dos grandes empresários brasileiros, odeia a corrente de pensamento de esquerda e trabalhista, bem como o campo político do trabalhismo. Derrubou-se presidentes com o já manjado discurso udenista e falso moralista, em nome do combate à corrupção, sendo que não há nada mais corrupto do que os direitistas porta-vozes e defensores do grande capital. Hoje o que se vê são corruptos a comandar o Brasil, porque, além de o País ser uma republiqueta terceiro-mundista e bananeira, tornar-se-á rápido e a toque de caixa, apenas um território com um aglomerado de pessoas, mas jamais será uma nação.
O Brasil não é uma nação. O Brasil se resume a um lugar para se auferir lucros e super lucros controlados pelos mercados de capitais e com uma população cada vez mais submissa e conformada com esta triste realidade, como se comprovou com os coxinhas ignorantes nas ruas, assim como as periferias se calaram, pois pusilânimes e cúmplices de um processo egocêntrico e individualista, porque, definitivamente, o País não é solidário, democrático e não reagiu à altura a um golpe de estado criminoso cometido por criminosos.
Essa gente de toga e parceira das mídias mercantis atua no Judiciário de forma sistemática para que Lula seja desmoralizado e desqualificado politicamente e moralmente, porque a intenção é fazer com que o ex-presidente seja inviabilizado eleitoralmente, pois preso ou afastado da política como ficha suja. Acontece que, a despeito dos quase três anos de perseguição de caráter canino contra Lula, até hoje os procuradores, delegados e juízes não encontraram qualquer crime que pudesse ser imputado ao Lula, que está a se defender, diuturnamente, dessa realidade kafkiana que se abateu contra ele, Dilma Rousseff, as dezenas de milhões de brasileiros que tiveram seus votos desconsiderados e invalidados, além de prejudicar profundamente a independência e o desenvolvimento do Brasil.
O País que passou a ser novamente periférico em apenas seis meses. O Brasil vinculado à órbita dos EUA, a tal ponto de o golpista e usurpador “mishell temer ter sido tratado como chefe pária de um governo bastardo, sem legitimidade e autoridade, como aconteceu no encontro do Brics, quando os mandatários da Rússia e da China se recusaram a receber particularmente o governante golpista e fantoche, fato que denota o tratamento desdenhoso dado ao *mishell, um ser humano medíocre, provinciano, entreguista e que tem a grandeza política do tamanho de um pigmeu.
Agora Eduardo Cunha foi preso. Saberemos logo se a intenção do juiz Sérgio Não Vem ao Caso Moro é republicana ou tem outro viés, de conotação maquiavélica, de forma a diminuir ou amenizar as duras críticas que recebe do mundo jurídico e da sociedade organizada, inclusive em âmbito internacional, a ser considerado um magistrado que sequestrou o Estado de Direito, além de ser sectário e seletivo, a fazer com que milhões de brasileiros os veja como um juiz que tem lado, pois ideológico à direita e partidário. Moro é considerado tucano e, como comprovam as fotos e filmagens, tem relacionamento próximo de políticos do PSDB e dos chefes e chefetes da grande imprensa alienígena, porta-voz da Casa Grande e inimiga política do PT e de suas lideranças.
Vamos ver se Moro quer realmente combater a corrupção, doa a que doer, ou se aproveitar da prisão de Cunha para prender Lula, sem ter quaisquer provas. Se Moro prender Lula, o Brasil recrudescerá sua crise. Se o juiz de província prender Lula terá de prender as lideranças do PSDB, PMDB, DEM, PSB, PPS et caterva. Os principais políticos de todos os partidos, com exceções, foram delatados. O Aécio Neves, o Geraldo Alckmin e o José Serra foram delatados inúmeras vezes, sendo que o Aécio é o mega delatado.
Odebrecht, OAS e UTC ainda não tiveram suas delações formalizadas e assinadas, pois Sérgio Moro, do PSDB do Paraná, está a segurar a cadeia para os tucanos, que, como reiteradamente afirmei, são i-nim-pu-tá-veis! É como se os demotucanos não se submetessem à Constituição e ao Código Penal brasileiros. Como se vivessem em um mundo paralelo, sendo que no mundo real todos os cidadãos e contribuintes brasileiros fossem idiotas… e burros, pois incapazes de perceber a seletividade da Justiça, do MP e da PF.
Cunha foi preso. Logo veremos quais são as intenções políticas de Moro, juiz que se tornou político e intervém na política, como fez, criminosamente, ao vazar os diálogos de Lula e Dilma para o Jornal Nacional e a imprensa em geral, a fim de impedir a posse de Lula como ministro da Casa Civil. Moro cometeu este crime e muitos outros mais, mas até hoje está a fazer o que quer e do modo que lhe aprouver. Se tal pessoa fosse juiz em país civilizado, com certeza, seria exonerado para o bem do serviço público, processado e, obviamente, preso. Só no Brasil acontece esta bagunça e esculhambação…
A esquerda está à espera do jogo de xadrez do Moro. O alvo é Lula, sem dúvida. Moro quer dizer com a prisão do Cunha que ele não tem lado e que é isento e justo, coisa que ele não é e nunca foi, como comprovam as ações da Lava Jato, que se associaram ao golpe bananeiro de estado. Só que o juiz de Curitiba, a capital do golpe de terceiro mundo, terá de ter muita atenção com Eduardo Cunha, que se abrir a boca derrubará o governo *temer/PSDB, partido tucano que por meio de um golpe está novamente a vender o Brasil e entregá-lo às corporações multinacionais. Vendem o País na mão grande e desprovidos de legitimidade. É só o que eles sabem fazer. É o que sempre fizeram.
*mishell temer já está, às pressas, a retornar do Japão. Sua farsa e pantomima vão cair na real. O medo é grande. Cunha abre a boca e *temer cai do poder, com seus ministros golpista arrogantes e debochados, a exemplo de Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Ricardo Barros e Mendonça Filho, que estão a quebrar o Brasil e a tomar do povo brasileiro os programas sociais de inclusão, com a maior perversidade, gosto e prazer para fazer o mal, como comprovam suas declarações, no decorrer dos cinco meses do governo pária e golpista de *mishell temer.
Moro, com a cumplicidade da PGR e do STF, levou cerca de um ano para mandar prender Eduardo Cunha. Um absurdo. Deixaram o Cunha fazer o trabalho sujo para derrubar a presidente constitucional e legítima Dilma Rousseff, sem ter cometido crime de responsabilidade, como destacou o próprio Ministério Público. Inacreditável. Vamos ver o que este juiz seletivo e que infernizou a vida brasileira vai fazer no que é relativo a Lula. Como prender o líder popular e trabalhista se ele não cometeu crimes? Não há provas materiais contra o presidente que saiu do poder com 84% de aprovação, acima, inclusive, dos índices de Nelson Mandela quando o líder africano deixou o poder.
Cunha está preso. *mishell e seus asseclas estão com os olhos esbugalhados, pois sobressaltados e com o gosto amargo de fel na boca. Golpistas nunca acabam bem, como reza a história. Lula tem de caminhar em direção e em prol de sua defesa e dignidade. A prisão de Cunha foi discreta e sem estardalhaço, luzes da ribalta, câmeras e uma multidão de repórteres. E por quê? Porque o golpista irresponsável e que é acusado de crimes com provas robustas não é filiado ao PT.
A Globo vai ter de mostrar, mas a empresa dos golpistas Marinho preferia que o preso fosse Lula, para que se possa realizar um show midiático, a despeito de que toda a grande imprensa internacional considerar que no Brasil ocorreu um golpe de estado travestido de legal e legítimo, bem como sabe que a Globo é um dos pilares do golpe. Lula é o alvo. Ele lidera as pesquisas mesmo massacrado e linchado publicamente há anos. Tremei *mishell! O jogo é de xadrez. De olho no Moro. É isso aí.

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