Assunção, (Prensa Latina) O presidente de Paraguai, Horacio Cartes, apresentou neste sabado (01) seu relatório anual de gerenciamento frente o Congresso Nacional, onde se espera uma significativa ausência de parlamentares opositores e dissidentes colorados.
Como estabelece a Constituição, ao se iniciar neste sábado um novo período legislativo, Cartes deverá detalhar o labor de sua administração no último ano e os planos para o futuro.
O presidente do Congresso, o liberal Roberto Acevedo, convocou aos membros de ambas instâncias para a sessão na Sala Bicameral do Congresso e escutar ao chefe do Executivo.
‘Não merece que nem lhe escutemos, não queremos que venha mentir outra vez com dados falsos e nos insultar como no ano passado’, expressou o senador.
Acevedo referiu-se assim ao momento, faz exatamente 12 meses, quando Cartes prestou contas e se desfez em elogios a resultados que depois tiveram várias críticas generalizadas de seus adversários.
A execução de obras de grande envergadura para o desenvolvimento econômico desde sua subida ao poder, em 2013, foi um dos exemplos esgrimidos para realçar suas ações.
Textualmente, declarou naquela ocasião que o povo paraguaio e seu governo ‘vivem uma democracia plena, com autêntica divisão de poderes, com processos eleitorais inquestionáveis e com plena vigência do Estado de direito’.
Por essas e outras afirmações desvalorizadas pela oposição, aumenta seu desprestigio ligado também projeto de emenda constitucional para a reeleição.
Diversos fatos aconteceram durante meses em torno dessa proposta, que no último dia de março foi aprovada por uma maioria de senadores em uma sessão irregular, pois a realizaram em um escritório de bancada e não no plenário como é obrigatório.
Isso provocou uma manifestação de protesto frente a sede do poder legislativo fortemente reprimida pela polícia, posteriores atos de vandalismo e o incêndio de edifícios.
O pior foi uma incursão policial na local central da principal força opositora, o Partido Liberal Radical Autêntico, e dentro dele a morte por um agente de um jovem dirigente.
Para todas as ações, as de antes e depois, começaram investigações do Ministério Público que parecem ter ficado diluídas porque de seus resultados nem se fala.
Neste último ano de seu gerenciamento, pelas eleições de abril de 2018, Cartes estará imerso no trabalho por apoiar a seu candidato presidencial, o ex-ministro de Fazenda Santiago Peña, ou o que é o mesmo, ser seu chefe de campanha. agp/jf/cc