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terça-feira, 5 novembro, 2024

Presidente do Peru fala com os EUA em meio a protestos para se demitir

© AFP 2022 / Lucas Aguayo

Sputnik – Dina Boluarte, que substituiu no cargo Pedro Castillo, enfrenta manifestações violentas no Peru e demissões no governo, mas se recusa a deixar o cargo, após votação no Congresso.
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, expressou no sábado (17) apoio a Dina Boluarte, presidente do Peru, disse o gabinete presidencial do país sul-americano.
“A presidente da república, Dina Boluarte, falou por telefone com Antony Blinken, secretário de Estado da Casa Branca, que reiterou o apoio dos Estados Unidos ao governo que ela lidera”, anunciou a presidência peruana no Twitter.
O Peru vive uma crise política e social nos últimos dias, após o início de protestos de rua, que já mataram pelo menos 24 pessoas entre manifestantes e agentes de segurança e conduziram a demissões de ministros.
Na sexta-feira (16), o Congresso peruano se recusou a convocar eleições gerais em 2023 para escolher um novo presidente, vice-presidente e os 130 membros do Parlamento. O projeto não obteve nem os 87 votos necessários para aprovação, nem os 66 votos que permitiriam a realização de um referendo.
Os manifestantes pedem a demissão de Boluarte, mas ela recusa se demitir.
Os protestos no Peru começaram após o impeachment do presidente Pedro Castillo e sua detenção. As autoridades declararam o estado de emergência no país por 30 dias, o que permite o uso das Forças Armadas para o restabelecimento da ordem pública.
“O regime golpista no Peru está massacrando o povo com o total apoio do governo dos Estados Unidos. Este regime golpista já matou dezenas de manifestantes. Centenas estão feridas. Estes crimes são patrocinados por Washington. É muito parecido com o golpe na Bolívia em 2019″, disse o filósofo e jornalista Ricardo Toro.
Alexis Sánchez Miño, apoiador equatoriano do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), comparou a atual situação peruana com as ditaduras de Fulgencio Batista em Cuba, a dinastia Somoza na Nicarágua, Jorge Rafael Videla na Argentina, e Augusto Pinochet no Chile, que, de acordo com ele, tiveram o apoio dos EUA.
“Será que ela [Boluarte] vai continuar massacrando o povo sendo um fantoche dos golpes oligárquicos?”, questionou.

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