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quarta-feira, 23 outubro, 2024

Presidente da Bolívia traça novos objetivos para as Forças Armadas

La Paz (Prensa Latina) Na semana que termina, o presidente da Bolívia, Luís Arce, propôs reformar as Forças Armadas (FFAA) com objetivos ajustados à Constituição para evitar que se repitam golpes de Estado na Amazônia andina país.

Durante um discurso na última quarta-feira no desfile militar em Trinidad, Beni, em homenagem ao 199º aniversário das Forças Armadas, o presidente recordou os planos golpistas de 2019 e o mais recente em 26 de junho.

“Neste último período houve dois momentos críticos de ruptura ou crise antidemocrática por parte de alguns maus soldados que foram seduzidos por interesses pessoais e grupos poderosos”, disse o dignitário.

Considerou que face a estes acontecimentos é imperativo encontrar soluções para evitar que estes momentos de crise se repitam “e possamos avançar com firmeza no nosso modelo de Estado Plurinacional e sistema de governo democrático, onde as Forças Armadas têm o seu papel”.

Arce insistiu na necessidade de um reforço que inclua a definição de novos objetivos institucionais e ações estratégicas, bem como uma visão de futuro, a curto, médio e longo prazo.

Sublinhou que a isto se deve juntar um quadro jurídico renovado e adequado à Constituição Política do Estado, a formulação e actualização de uma doutrina militar alheia à de Segurança Nacional imposta pelos Estados Unidos ao continente que considera “o seu quintal”. “

Nesse sentido, enfatizou a necessidade de estabelecer as bases de leitura do pensamento e proceder estrategicamente com a sua própria identidade.

Destacou neste contexto que a educação e a transformação dos valores pessoais devem ser essenciais para a construção de um novo sistema que estabeleça uma abordagem ética para a atuação dos militares bolivianos, cujas ações estejam alinhadas com os princípios morais da sociedade.

“A nossa instituição armada deve enquadrar as suas ações na transparência e na luta contra a corrupção; Deve ser uma instituição com profundo respeito pelos direitos humanos, ao mesmo tempo que promove a equidade e elimina o patriarcalismo nas suas fileiras (…).”

Queria dizer que desta forma podemos obter “líderes com vocação para o serviço incondicional ao país. “Tudo isso constitui uma nova diretriz estratégica para as Forças Armadas.”

Arce reiterou que o objetivo é ter uma instituição militar moderna e profissional, comprometida com o fortalecimento da democracia.

O presidente explicou que o cumprimento da missão constitucional das Forças Armadas é resultado da eficiência técnico-operacional dos seus membros, e de toda a sua estrutura, das suas capacidades materiais, morais e intelectuais disponíveis.

Por isso, alertou, é necessário resgatar os elementos essenciais que compõem o profissionalismo militar, através de programas de formação contínua para que, em todos os níveis de comando, os seus componentes tenham consciência da responsabilidade com a sua instituição e com as pessoas a quem eles pertencem.

“Precisamos de soldados competentes em ciência e arte militar, fruto da experiência na gestão de sistemas de armas, mas é decisivo orientar o seu desenvolvimento profissional, forjando a sua entidade como um servidor público que presta serviço incondicional ao país”, concluiu Arce.

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