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terça-feira, 11 março, 2025

Presidente boliviano alerta que o tempo do lítio pode passar

Presidente boliviano alerta que o tempo do lítio pode estar acabando

La Paz (Prensa Latina) O presidente boliviano, Luis Arce, alertou hoje que “o tempo do lítio pode escapar por entre os dedos” devido ao surgimento de novas tecnologias, ao mesmo tempo em que defendeu a industrialização deste mineral.

Do município de Uriondo, no departamento de Tarija, o dignitário se dirigiu assim aos setores políticos e cívicos que rejeitam a aprovação pela Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP) de contratos assinados com uma empresa chinesa e uma russa, avaliados em quase dois bilhões de dólares.

“O lítio pertence a nós, bolivianos, e queremos industrializá-lo para beneficiar nossos próprios irmãos e irmãs bolivianos. Queremos avançar no bom sentido porque há riscos que enfrentamos, riscos que têm a ver com o avanço da tecnologia (…)”, reiterou o presidente.

Ele disse que “amanhã” as baterias de hidrogênio e sódio podem aparecer e substituir o lítio como fonte fundamental de eletricidade.

Arce compareceu nesta sexta-feira, em Uriondo, ao 16º aniversário da Associação Departamental de Irrigadores e Sistemas Comunitários de Água Potável de Tarija, e disse aos participantes que seu governo tem o objetivo de acelerar o processo de industrialização, mas indicou que há interesses externos que o estão impedindo.

“(…) Há interesses estrangeiros que não querem que avancemos, irmãs e irmãos – frisou -, por isso pedimos a todas as pessoas, especialmente às nossas irmãs de San Luis Potosí, que não se surpreendam com informações ruins (…)”.

Nesse sentido, ele pediu que estejam devidamente informados para tomar as melhores decisões, “porque hoje os bolivianos estão brincando com essa questão, esse recurso da industrialização do lítio boliviano”.

Nesse processo, a estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB) assinou um contrato em setembro de 2024 com a empresa russa Uranium One Group para instalar uma planta para produzir 14 mil toneladas (t) de carbonato de lítio por ano no salar de Uyuni com tecnologia de Extração Direta de Lítio (DLE), e um investimento de mais de 970 milhões de dólares.

Dois meses depois, assinou um acordo com o consórcio chinês Hong Kong CBC para implementar duas fábricas com capacidade para produzir carbonato de lítio para baterias, com tecnologia EDL, capacidades anuais de 10.000 e 25.000 t e um investimento de 1,3 bilhão de dólares.

Este último contrato já foi aprovado pela Comissão Econômica Plural da Câmara dos Deputados, mas devido à rejeição de organizações de Potosí e à decisão do Governo de socializar o contrato, este órgão legislativo decidiu interromper seu tratamento.

Enquanto esse processo de socialização ocorre, ambos os contratos não serão debatidos pelos deputados, segundo informações fornecidas na sexta-feira pelo presidente da câmara, Omar Yujra.

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