O Conselho de Política Monetária(Copom) do Banco Central reúne-se nesta terça e quarta feiras para decidir a taxa de juros para os próximos dois meses, no Brasil, coincidindo, também, com a mesma decisão que será tomada pelo Banco Central americano.
Aqui, a taxa básica deverá continuar alta, na casa dos 15%, como parece já determinado pelo mercado, segundo estimativas da pesquisa Focus, elaborada pelos próprios bancos, semanalmente, em consulta entre eles, por critérios, hoje considerados metafísicos, descolado da realidade.
A permanência nesse alto patamar ocorre porque o governo não consegue conter as chamadas despesas primárias orçamentárias(saúde, educação, infraestrutura, previdência etc) ou porque as despesas financeiras(pagamento de juros da dívida pública) estão fora de controle?
Ressalte-se que o déficit primário representa, atualmente, menos de 2% do PIB, enquanto o déficit nominal(primário + financeiro) alcança cerca de 8% do PIB, diferença, portanto, cavalar.
DIFERENÇA ENTRE IMPÉRIO E PERIFERIA
O Banco Central brasileiro deve continuar sustentando essa taxa elevadíssima, de 15% para combater inflação cadente na casa dos 5,5%, graças ao tarifaço trumpista, enquanto o Banco Central americano, sob pressão inflacionária, justamente, por conta do tarifaço, deve reduzir o atual nível de juro próximo de 4,5%, para uma inflação ascendente próxima de 3%.
O presidente Trump pressiona o FED, preocupado que está com a economia em desaceleração.
Por que ocorre esse movimento de contraste: reduz lá, no império, e mantém alta aqui na periferia?
O fator externo mais uma vez se explica: com queda dos juros externos, no capitalismo cêntrico, os investidores procuram juros mais altos, no capitalismo periférico, superendividados, graças à especulação, para sustentar sua acumulação rentista.
Nesse caso, o Brasil é o preferido porque mantém a maior taxa de juro do mundo na atualidade, garantindo lucros exorbitantes aos aplicadores nos papéis do governo.
Ou seja, não é porque, aqui, as despesas primárias estão crescendo, como dizem os analistas da mídia conservadora, pró-Washington, pró-Wall Street, mas porque o diferencial de juros entre EUA e Brasil, favorece jogadas especulativas na bolsa brasileira.
O pensamento neoliberal midiático conservador, portanto, engana o leitor: diz ele que o Brasil precisa de juro alto para cobrir suas contas que não param de crescer, mas não especifica qual a despesa que está crescendo mais, a primária ou financeira, sendo que a primária promove o desenvolvimento, enquanto a segunda o inibe.
A LÓGICA DA TIRANIA FINANCEIRA
É necessário juro alto interno para atrair o especulador externo, que, nos EUA, está diante da possível queda do juro americano; manter o juro brasileiro nas alturas atrai o especulador americano e, consequentemente, eleva a despesa financeira interna, com maior atratividade do capital externo favorecido pelo rentismo tupiniquim.
A lógica rentista, portanto, é o determinante do aumento da despesa financeira – o déficit nominal bem acima do déficit primário, ultrapassando a casa do R$ 1 trilhão/ano – para sustentar a tirania financeira que mantém insatisfatório o crescimento econômico interno.
A lógica rentista visa reduzir a despesa primária para potencializar a despesa financeira.
Eis, portanto, a causa central da desigualdade social: a taxa de juro de 15% continua sendo bem maior do que o crescimento do PIB, previsto para 2025 em 2,9%, eternizando a sobreacumulação de capital especulativo.
É por isso que a elite financeira(bancos e agronegócio) não quer a continuidade de Lula que promete reforma tributária II que cobra mais dos ricos do que os pobres, para melhorar a distribuição de renda e diminuir a desigualdade social.
Como não querem pagar impostos sobre lucros e dividendos, não concordam com taxação de suas heranças, não aceitam taxação de remessas de lucros – práticas adotadas nas economias desenvolvidas –, a elite rechaça a reeleição de Lula, mesmo sabendo que é graças à política econômica que ela está faturando alto com a atual política econômica.
Os capitalistas tupiniquins não temem o presente, mas o futuro, se ganha Lula com a pregação da desigualdade e da melhor distribuição da renda, incompatíveis com a continuidade da superacumulação de riqueza que a maior taxa de juro do mundo lhes proporciona.
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