Jair Bolsonaro detesta ser tachado de genocida e Kassio Nunes Marques, o “novato” do Supremo Tribunal Federal (STF), não gosta de ser rotulado de negacionista. Mas a sua sentença monocrática e absurda para liberar cultos, missas – e dízimos – foi tratada como negacionista e obscurantista pela absoluta maioria dos ministros do STF. Ela foi derrotada por nove votos a dois em julgamento nesta quinta-feira (9).
Votaram contra a realização de eventos religiosos presenciais os ministros Gilmar Mendes, relator do processo; Alexandre de Moraes; Edson Fachin; Luis Roberto Barroso; Rosa Weber; Cármen Lúcia; Ricardo Lewandowski; Marco Aurélio; e Luiz Fux. Apenas Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli foram a favor do pedido apresentado pela sinistra Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure).
Além do genocida Jair Bolsonaro e do “novato” negacionista do STF, outras duas figuras patéticas foram derrotadas no julgamento. O advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, e o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras. Com argumentos levianos e falaciosos, eles defenderam a reabertura dos templos e até citaram trechos da Bíblia. Os dois oportunistas almejam a vaguinha no Supremo prometida pelo presidente a um servo “terrivelmente evangélico”.
“Aglomeração é um ato de falta de fé”
Na votação, os nove ministros não sucumbiram diante da pressão do “capetão”, dos mercadores de religião e de algumas emissoras de televisão – como a TV Record. Todos argumentaram que seria um crime permitir os cultos presenciais no pior momento da pandemia da Covid-19 no Brasil, com mais de 4 mil mortes diárias e hospitais sem leitos. Todos fizeram a defesa da vida, enfatizando que as igrejas e templos são locais de ampla disseminação do coronavírus.
“Aglomeração é um ato de descrença, de falta de fé”, alertou a ministra Cármen Lucia. Já Alexandre de Moraes afirmou que “mesmo na Idade Média os grandes líderes religiosos defenderam, no momento das pandemias, o fechamento de igrejas. A necessidade de isolamento. Defenderam a transformação de igrejas e templos em hospitais”.