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sábado, 18 outubro, 2025

Petro refuta guerra às drogas dos EUA: é ganância por petróleo

O presidente colombiano Gustavo Petro em um discurso televisionado em 17 de outubro de 2025. (Foto: Presidência colombiana)

HispanTV – O presidente Petro ressalta que os EUA usam o tráfico de drogas para seus interesses petrolíferos e propõe uma luta antidrogas conjunta entre Colômbia, Venezuela e Equador.

O presidente colombiano Gustavo Petro denunciou as ações dos Estados Unidos no Mar do Caribe, não em resposta à luta contra o narcotráfico, mas sim aos interesses energéticos na região, especialmente em torno da Venezuela.

“A desculpa usada é a cocaína, mas na realidade é o mar de petróleo da Venezuela ( país com as maiores reservas de petróleo do planeta) e da Guiana”, disse Petro em um discurso televisionado na sexta-feira.

Petro afirmou que, ao contrário da narrativa oficial, não há aumento na entrada de cocaína da Colômbia nos Estados Unidos; esse fluxo é direcionado mais para a Europa. Ele denunciou que o verdadeiro problema interno nos EUA é o crescente consumo de fentanil.

“E com uma busca que não tem nada a ver com acabar com o mercado de cocaína ou de fentanil dentro dos Estados Unidos, mas sim com o propósito da ganância por petróleo que alimentou todas as guerras do século XXI”, criticou o presidente colombiano a presença militar dos EUA no Caribe.

Petro também explicou que a cocaína colombiana é exportada principalmente por portos equatorianos, que se tornaram a principal rota de exportação da droga para o Pacífico. “O mercado de cocaína está se deslocando para o Equador”, afirmou, destacando que isso gerou violência naquele país, deslocando as operações da máfia da Colômbia.

O presidente explicou que as rotas das drogas têm como alvo grandes mercados como Estados Unidos, Europa, Austrália e países do Cone Sul, aproveitando a proximidade dos oceanos Caribe e Pacífico.

Na mesma linha, Petro propôs que as forças policiais dos países vizinhos mantenham a coordenação para combater o narcotráfico. “Aqui, precisamos integrar as forças policiais e de inteligência venezuelanas e colombianas; assim como precisamos integrar as forças de inteligência e as forças públicas colombianas e equatorianas aqui.”

Além disso, o chefe de Estado acrescentou que as agências policiais e de inteligência de toda a floresta amazônica — ou seja, Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia, Guiana e Guiana Francesa — devem ser integradas para realmente construir uma política eficaz em toda a América do Sul e no Caribe.

O presidente colombiano Gustavo Petro alerta que ataques sistemáticos dos EUA a embarcações no Caribe podem ter matado barcos de pesca colombianos.

Petro encerrou seu discurso com um apelo ao seu homólogo americano, Donald Trump, para que contenha sua ganância por petróleo e reflita sobre a humanidade, e defendeu um diálogo continental entre os povos das Américas, do Alasca à Patagônia, para abordar conjuntamente os problemas estruturais.

Desde agosto, os Estados Unidos mantêm presença naval no Caribe e realizaram diversos ataques a embarcações acusadas de transportar drogas da costa da Venezuela. Até o momento, 27 pessoas foram executadas extrajudicialmente em águas venezuelanas, onde os EUA não têm jurisdição.

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