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terça-feira, 2 dezembro, 2025

Petro desafia Trump ao restabelecer voos entre a Colômbia e a Venezuela

HispanTV – O presidente Petro confirma que a Colômbia opera voos de e para a Venezuela, rejeitando o aviso de seu homólogo Trump para que não sobrevoasse o espaço aéreo venezuelano.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, questionou o anúncio de seu homólogo americano, Donald Trump, de que o espaço aéreo venezuelano permaneceria fechado “totalmente”, em meio à crescente tensão entre Washington e Caracas e à grande presença militar dos EUA no Caribe.

“ Os EUA não têm o direito de fechar o espaço aéreo venezuelano. Podem fazê-lo com as suas próprias companhias aéreas, mas não com as do mundo. A Colômbia está a restabelecer o serviço aéreo civil com a Venezuela e convida o mundo a fazer o mesmo. É tempo de diálogo, não de barbárie ”, declarou Petro na segunda-feira em X.

Como presidente pro tempore  da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Petro anunciou que solicitará à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) a convocação urgente de uma assembleia para revisar o alcance das restrições ao tráfego aéreo e defender a autonomia dos Estados. O presidente colombiano alertou que aceitar que um presidente estrangeiro possa ordenar o fechamento do espaço aéreo de outro país coloca em risco o sistema jurídico internacional e o próprio conceito de soberania.

O chefe de Estado também estendeu seu convite à União Europeia (UE), aos países da América Latina e do Caribe e às companhias aéreas internacionais para que retomem os voos para a Venezuela. Ele chegou a mencionar a possibilidade de sancionar as empresas que se recusarem a retomar as operações, argumentando que as restrições às viagens aéreas são motivadas por razões geopolíticas, e não técnicas.

O presidente colombiano insistiu que seu governo apoia uma abordagem diplomática e o respeito ao direito internacional. Ele também reiterou seu apelo para que o governo dos Estados Unidos cumpra as normas internacionais de aviação e evite decisões unilaterais que possam agravar as tensões diplomáticas. 

A mensagem de Petro foi acompanhada de uma entrevista ao jornal La Razón com a Ministra dos Transportes da Colômbia, María Fernanda Rojas Mantilla, que questionou o alerta emitido pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) em relação aos voos para a Venezuela, uma medida que ela descreveu como política e uma violação dos princípios fundamentais da aeronáutica internacional.

O ministro colombiano, que enfatizou que as companhias aéreas colombianas Wingo e Satena mantêm suas operações para a Venezuela, indicou que o alerta dos EUA em relação ao espaço aéreo venezuelano contradiz a Convenção de Chicago, o tratado que rege a aviação global e consagra a soberania como princípio central do espaço aéreo de cada nação.

A FAA emitiu um alerta em 21 de novembro contra a Venezuela, alegando deterioração das condições de segurança e aumento da atividade militar em território venezuelano. Essa ação dos EUA levou seis companhias aéreas internacionais a suspenderem seus voos para a Venezuela, incluindo Iberia, TAP, Avianca, Caribbean Airlines, GOL e Latam. Como resultado da decisão dessas companhias aéreas, Caracas revogou suas autorizações de voo para o território venezuelano.

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