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quarta-feira, 19 novembro, 2025

Petro: A ganância por recursos naturais ameaça a Colômbia e a Venezuela

HispanTV – O presidente colombiano Gustavo Petro alerta que a “ganância” por recursos naturais coloca a Colômbia e a Venezuela em risco.

“Esta é a realidade da Venezuela: sua riqueza em recursos não renováveis. Eles podem nos transformar em outra Síria, Colômbia e Venezuela, porque tudo o que lhes importa é a ganância”, escreveu o presidente colombiano em sua conta no Twitter na segunda-feira .

Da mesma forma, o presidente da Colômbia rejeitou as acusações das “castas oligárquicas” de que estaria tentando favorecer a continuidade do governo de Nicolás Maduro na Venezuela ou recebendo benefícios do narcotráfico.

“Não, senhores, a espada de Bolívar nunca foi manchada de cocaína. O poder não é nosso, pertence ao povo, e chegou a hora do povo em toda a América”, enfatizou.

Na última cúpula CELAC-UE, Petro declarou: “Não se trata do presidente da Venezuela, mas sim do povo irmão da Venezuela. Não seremos traidores dos nossos países irmãos.”

O alerta do presidente colombiano surge no contexto do envio de uma força naval dos EUA para as águas do Mar do Caribe, perto da costa venezuelana, supostamente como parte de uma operação de combate ao narcotráfico.

O presidente colombiano critica duramente altos funcionários dos EUA pelo assassinato de civis no Caribe que não são traficantes de drogas.

No entanto, analistas e especialistas concordam que essa mobilização mascara uma manobra de mudança de regime destinada a garantir o acesso preferencial ou exclusivo de Washington às ricas reservas de recursos da Venezuela, particularmente petróleo e minerais estratégicos.

A posição de Gustavo Petro alinha-se à do governo venezuelano, que refutou a narrativa da administração dos EUA que busca rotular o país como um narcoestado ou produtor de cocaína. Caracas descreve essa versão, promovida por Washington, como “extravagante, vulgar e completamente falsa”.

Nesse contexto, o Executivo do presidente Nicolás Maduro enfatiza que sua rejeição é apoiada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cujos relatórios anuais reiteram que a Venezuela está livre de plantações de drogas ilícitas.

As autoridades venezuelanas argumentam que, após a saída da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), o país consolidou um modelo autônomo e soberano para o combate ao narcotráfico. Essa abordagem resultou em apreensões recordes (mais de 50 toneladas somente neste ano) e na destruição de inúmeras pistas de pouso clandestinas.

Também foram citadas análises de dados do UNODC, indicando que apenas uma “ínfima parcela de 5%” do fluxo de cocaína que sai da América do Sul tenta transitar pelo território venezuelano, originando-se principalmente da produção colombiana.

Caracas afirma que o povo venezuelano prioriza a paz, rejeita o confronto armado e defende seu direito à soberania e à coexistência pacífica, em nítido contraste com as pressões externas que sofre.

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