Pedro Augusto Pinho*
O que chamo pedagogia colonial? Todo conhecimento que lhe é transmitido pelo sistema educacional, concebido e imposto pela metrópole colonizadora, e toda informação, distribuída pela comunicação de massa, que defenda a permanência da colonização.
O oposto é a pedagogia libertadora, crítica, que lhe permite a defesa das farsas e mentiras com que lhe tentam subjugar os impérios. É a pedagogia para soberania e para cidadania. Que lhe foi incutida como “escola partidária”.
Vejamos um primeiro exemplo. Que país, depois da proclamação da república, mais espionou, planejou, financiou e executou golpes no Brasil? Acertou quem respondeu: Estados Unidos da América (EUA). Comprovadamente esteve nos golpes de 1945, 1954, 1964, 2016 e no fracassado de 1961. (Tenho dúvida e nenhuma informação consistente da participação estadunidense no golpe de 1932. A mim, pelos objetivos dos fazendeiros paulistas, parece mais um golpe de interesse do Imperialismo Inglês).
No entanto como é tratado este país, “irmão do norte”? Potência antagônica? Inimigo nacional? Ou país amigo, defensor de nossas tradições?
Tratemos da violência, em nada diferente da financeira, que vem dos tráficos: armas, mulheres, órgãos de pessoas, crianças; dos dinheiros falsos; da corrupção e também de produtos industrializados e das drogas.
Para todas estas ilicitudes há o sistema que, em primeiro lugar, corrompe, depois mata. Mas esta violência não é midiatizada. Você só as vê na tela do Sistema Globo quando há um interesse político ou econômico do poder vigente.
Claro! Os artífices, os barões desta violência são os comensais dos governos, quando não seus próprios mandantes ou executivos.
Seria mero acaso as fazendas de senadores tucanos e seus apoiadores estarem envolvidas em tráfico de drogas? E não haver um processo judicial condenando-os? Quer se dar a entender que o crime organizado só existe, só atua nas favelas, nas prisões.
O crime é organizado pela banca (sistema financeiro internacional), com seu dinheiro. Ela passa por fazendas de políticos, mansões suntuosas, aqui e no exterior, frotas aéreas, terrestres e marítimas. A falência de toda inteligência policial é que o faz se concentrar nos executantes dos níveis mais baixos dessas organizações criminosas.
Mas são os verdadeiros chefes destas organizações que financiam campanhas eleitorais, o que nem é o pior. O mais danoso para sociedade é acumularem informações sobre todos atos ilícitos de políticos, todos seus vícios, todas as movimentações financeiras irregulares. É o comando supremo da violência que dirige os países sem cidadania.
A violência vem também das notícias alarmantes, quase sempre fantasiosas, que o sistema midiático coloca em suas redes. Usarei aqui Sistema Globo como metonímia; engloba toda televisão comercial, estações de rádio e os principais jornais impressos e revistas a eles associadas.
Observe o caso da violência urbana no Rio de Janeiro. Coloca a população com medo – o medo é péssimo conselheiro nas opções – e desmoraliza o Exército, numa missão impossível de conter a violência que se combate com intervenções em bancos e no câmbio, onde está a origem deste mal.
Os militares, principalmente da reserva, sentiram-se atingidos pela recente delação da Agência Central de Informações (CIA), dos EUA. Mas como acreditar no país que está sempre mudando os governos brasileiros para que atendam seus interesses, em oposição aos nossos interesses?
Veja o Pré-sal como mais um exemplo. É a maior descoberta em área que se chama “fronteira exploratória” da busca pelo petróleo, isto é, em condições tecnológicas e operacionais limítrofes do conhecimento, para qual a Petrobrás dispõe e é reconhecida como a mais capaz, em todo mundo. Descoberto o petróleo e desvendada sua extensão, o que faz o país amigo? Dá um golpe e hoje, nestes dois anos, que parecem século de retrocesso em todos os campos, dele se apropria, deixando os brasileiros sem a saúde e a educação que esta riqueza proporcionaria. Sem dúvida um país amigo!
Haverá quem diga que somos nós os culpados. É o mesmo que chamar o escravo de conivente com o feitor, com o senhor de terra que o escraviza. Mas há, sem dúvida, aquela mínima e atuante parcela da população que faz o jogo do colonizador. São os que ganham com a ignorância, os que se corrompem contra sua Pátria, mesmo jurando defendê-la. São também os que vivem dos favores da metrópole e lá são instruídos para aplicarem os golpes lava jatos no Brasil.
Entender esta triste realidade brasileira é o início da independência, da liberdade, a própria e a da Nação.
Tanto assim que a educação, mesmo o adestramento para executar tarefas que favorecem os colonizadores, é muito mais um discurso do que uma prática. Constate que um títere da colonização, o senhor Fernando Cardoso, não construiu, não ajudou a formar, não disponibilizou recursos orçamentários, nos oito anos de seu mandato, para uma só escola superior, para uma única instituição de ensino no âmbito federal. A ignorância é peça fundamental da colonização.
O Brasil dos golpistas, das injustiças da justiça, da entrega de bens insubstituíveis ao estrangeiro colocou o País no pântano. Querem nos tirar, usando hoje o sistema judiciário, como usaram no passado as forças armadas que hoje repudiam, querem nos tirar, repito, a possibilidade de escolha de dirigentes nacionalistas, que lutem com o povo pela soberania e pela cidadania.
A pedagogia colonial faz sua parte. Todo Sistema Globo nos trata como a “ralé”, magnificamente descrita por George Rudé, na obra prima “A Multidão na História” (The crowd in history 1730-1848, de 1964): “não tendo ideias nem impulsos honrosos próprios, pode ser apresentada como instrumento passivo de agentes de fora – estrangeiros, demagogos – e motivada pelo saque, bebidas grátis, lucro, desejo de derramar sangue”.
Inexcedível descrição dos coxinhas, vestindo camisa da seleção, batendo panelas, uivando pelo triunfo do colonizador contra sua Pátria.
Na verdadeira antevisão do que ocorreria nos governos conduzidos pela banca, no Brasil, escreveu a professora Lúcia Maria Wanderley Neves: “do ponto de vista ético político, a educação escolar teria, para os neoliberais, a finalidade de educar a classe trabalhadora para aceitar, como inevitável e até mesmo desejável, a perda da soberania nacional, a desindustrialização, o crescimento do desemprego, a flexibilização das relações de trabalho, a instabilidade social e a profissional, o agravamento do processo de exclusão social, a perda de direitos historicamente conquistados, e a recorrência à sua restrita participação política como estratégias de convivência social”. (Educação e Política no Brasil de Hoje, São Paulo, Editora Cortez, 1994).
Como o coxinha se vê? Teria ele consciência de sua formação colonizadora? E outros que se supõem intelectuais, profissionais bem formados?
A professora Gabriella Rodella de Oliveira, mestre em Linguagem e Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP), realizou pesquisa sobre os professores de português que lecionam no Ensino Médio da rede pública da cidade de São Paulo. Além de confirmar alguns dados depreciadores daqueles profissionais, que constituem a base mais necessária para nossa independência, ela verificou que os entrevistados “tendem a não enxergar no estudante os alunos que eles mesmos foram”. Ou seja, pessoas que vieram de classes desfavorecidas, vítimas do sistema que reproduz a formação inadequada para as exigências nacionais. Poderíamos, sem dúvida, expandir para outras profissões as conclusões desta pesquisa (dados obtidos em escritor958.wordpress.com).
Resta-nos então saber: estariam os brasileiros interessados na manutenção deste estado colonial? Saberiam repudiá-lo nas urnas? Ou só uma verdadeira insurreição nos traria a independência?
Há um alento. Ele nos vem da crônica que o perspicaz jornalista Paulo Moreira Leite no brinda sobre a reeleição de Nicolás Maduro:
“Do metalúrgico Jhnnen Mariño, 48 anos, soldador profissional diplomado. “A comida não falta. Está cara pela ação dos atravessadores, que estão infiltrados nas veias do governo. Eles devem ser combatidos. Não o Maduro”.
Pergunto de onde vem a motivação para manter uma postura de tamanha fidelidade ao governo. Jhnnen Mariño fala que Hugo Chávez – a quem se refere, às vezes, como “esse louco”, mas sem perder um tom carinhoso – deu “um sentido de pertencer a uma bandeira, um país, de lutar contra o imperialismo”. (
O povo deu uma vitória heroica a Maduro, Brasil 247, 20/05/2018).
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
O que chamo pedagogia colonial? Todo conhecimento que lhe é transmitido pelo sistema educacional, concebido e imposto pela metrópole colonizadora, e toda informação, distribuída pela comunicação de massa, que defenda a permanência da colonização.
O oposto é a pedagogia libertadora, crítica, que lhe permite a defesa das farsas e mentiras com que lhe tentam subjugar os impérios. É a pedagogia para soberania e para cidadania. Que lhe foi incutida como “escola partidária”.
Vejamos um primeiro exemplo. Que país, depois da proclamação da república, mais espionou, planejou, financiou e executou golpes no Brasil? Acertou quem respondeu: Estados Unidos da América (EUA). Comprovadamente esteve nos golpes de 1945, 1954, 1964, 2016 e no fracassado de 1961. (Tenho dúvida e nenhuma informação consistente da participação estadunidense no golpe de 1932. A mim, pelos objetivos dos fazendeiros paulistas, parece mais um golpe de interesse do Imperialismo Inglês).
No entanto como é tratado este país, “irmão do norte”? Potência antagônica? Inimigo nacional? Ou país amigo, defensor de nossas tradições?
Tratemos da violência, em nada diferente da financeira, que vem dos tráficos: armas, mulheres, órgãos de pessoas, crianças; dos dinheiros falsos; da corrupção e também de produtos industrializados e das drogas.
Para todas estas ilicitudes há o sistema que, em primeiro lugar, corrompe, depois mata. Mas esta violência não é midiatizada. Você só as vê na tela do Sistema Globo quando há um interesse político ou econômico do poder vigente.
Claro! Os artífices, os barões desta violência são os comensais dos governos, quando não seus próprios mandantes ou executivos.
Seria mero acaso as fazendas de senadores tucanos e seus apoiadores estarem envolvidas em tráfico de drogas? E não haver um processo judicial condenando-os? Quer se dar a entender que o crime organizado só existe, só atua nas favelas, nas prisões.
O crime é organizado pela banca (sistema financeiro internacional), com seu dinheiro. Ela passa por fazendas de políticos, mansões suntuosas, aqui e no exterior, frotas aéreas, terrestres e marítimas. A falência de toda inteligência policial é que o faz se concentrar nos executantes dos níveis mais baixos dessas organizações criminosas.
Mas são os verdadeiros chefes destas organizações que financiam campanhas eleitorais, o que nem é o pior. O mais danoso para sociedade é acumularem informações sobre todos atos ilícitos de políticos, todos seus vícios, todas as movimentações financeiras irregulares. É o comando supremo da violência que dirige os países sem cidadania.
A violência vem também das notícias alarmantes, quase sempre fantasiosas, que o sistema midiático coloca em suas redes. Usarei aqui Sistema Globo como metonímia; engloba toda televisão comercial, estações de rádio e os principais jornais impressos e revistas a eles associadas.
Observe o caso da violência urbana no Rio de Janeiro. Coloca a população com medo – o medo é péssimo conselheiro nas opções – e desmoraliza o Exército, numa missão impossível de conter a violência que se combate com intervenções em bancos e no câmbio, onde está a origem deste mal.
Os militares, principalmente da reserva, sentiram-se atingidos pela recente delação da Agência Central de Informações (CIA), dos EUA. Mas como acreditar no país que está sempre mudando os governos brasileiros para que atendam seus interesses, em oposição aos nossos interesses?
Veja o Pré-sal como mais um exemplo. É a maior descoberta em área que se chama “fronteira exploratória” da busca pelo petróleo, isto é, em condições tecnológicas e operacionais limítrofes do conhecimento, para qual a Petrobrás dispõe e é reconhecida como a mais capaz, em todo mundo. Descoberto o petróleo e desvendada sua extensão, o que faz o país amigo? Dá um golpe e hoje, nestes dois anos, que parecem século de retrocesso em todos os campos, dele se apropria, deixando os brasileiros sem a saúde e a educação que esta riqueza proporcionaria. Sem dúvida um país amigo!
Haverá quem diga que somos nós os culpados. É o mesmo que chamar o escravo de conivente com o feitor, com o senhor de terra que o escraviza. Mas há, sem dúvida, aquela mínima e atuante parcela da população que faz o jogo do colonizador. São os que ganham com a ignorância, os que se corrompem contra sua Pátria, mesmo jurando defendê-la. São também os que vivem dos favores da metrópole e lá são instruídos para aplicarem os golpes lava jatos no Brasil.
Entender esta triste realidade brasileira é o início da independência, da liberdade, a própria e a da Nação.
Tanto assim que a educação, mesmo o adestramento para executar tarefas que favorecem os colonizadores, é muito mais um discurso do que uma prática. Constate que um títere da colonização, o senhor Fernando Cardoso, não construiu, não ajudou a formar, não disponibilizou recursos orçamentários, nos oito anos de seu mandato, para uma só escola superior, para uma única instituição de ensino no âmbito federal. A ignorância é peça fundamental da colonização.
O Brasil dos golpistas, das injustiças da justiça, da entrega de bens insubstituíveis ao estrangeiro colocou o País no pântano. Querem nos tirar, usando hoje o sistema judiciário, como usaram no passado as forças armadas que hoje repudiam, querem nos tirar, repito, a possibilidade de escolha de dirigentes nacionalistas, que lutem com o povo pela soberania e pela cidadania.
A pedagogia colonial faz sua parte. Todo Sistema Globo nos trata como a “ralé”, magnificamente descrita por George Rudé, na obra prima “A Multidão na História” (The crowd in history 1730-1848, de 1964): “não tendo ideias nem impulsos honrosos próprios, pode ser apresentada como instrumento passivo de agentes de fora – estrangeiros, demagogos – e motivada pelo saque, bebidas grátis, lucro, desejo de derramar sangue”.
Inexcedível descrição dos coxinhas, vestindo camisa da seleção, batendo panelas, uivando pelo triunfo do colonizador contra sua Pátria.
Na verdadeira antevisão do que ocorreria nos governos conduzidos pela banca, no Brasil, escreveu a professora Lúcia Maria Wanderley Neves: “do ponto de vista ético político, a educação escolar teria, para os neoliberais, a finalidade de educar a classe trabalhadora para aceitar, como inevitável e até mesmo desejável, a perda da soberania nacional, a desindustrialização, o crescimento do desemprego, a flexibilização das relações de trabalho, a instabilidade social e a profissional, o agravamento do processo de exclusão social, a perda de direitos historicamente conquistados, e a recorrência à sua restrita participação política como estratégias de convivência social”. (Educação e Política no Brasil de Hoje, São Paulo, Editora Cortez, 1994).
Como o coxinha se vê? Teria ele consciência de sua formação colonizadora? E outros que se supõem intelectuais, profissionais bem formados?
A professora Gabriella Rodella de Oliveira, mestre em Linguagem e Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP), realizou pesquisa sobre os professores de português que lecionam no Ensino Médio da rede pública da cidade de São Paulo. Além de confirmar alguns dados depreciadores daqueles profissionais, que constituem a base mais necessária para nossa independência, ela verificou que os entrevistados “tendem a não enxergar no estudante os alunos que eles mesmos foram”. Ou seja, pessoas que vieram de classes desfavorecidas, vítimas do sistema que reproduz a formação inadequada para as exigências nacionais. Poderíamos, sem dúvida, expandir para outras profissões as conclusões desta pesquisa (dados obtidos em escritor958.wordpress.com).
Resta-nos então saber: estariam os brasileiros interessados na manutenção deste estado colonial? Saberiam repudiá-lo nas urnas? Ou só uma verdadeira insurreição nos traria a independência?
Há um alento. Ele nos vem na crônica que o perspicaz jornalista Paulo Moreira Leite no brinda sobre a reeleição de Nicolás Maduro:
“Do metalúrgico Jhnnen Mariño, 48 anos, soldador profissional diplomado. “A comida não falta. Está cara pela ação dos atravessadores, que estão infiltrados nas veias do governo. Eles devem ser combatidos. Não o Maduro”.
Pergunto de onde vem a motivação para manter uma postura de tamanha fidelidade ao governo. Jhnnen Mariño fala que Hugo Chávez – a quem se refere, às vezes, como “esse louco”, mas sem perder um tom carinhoso – deu “um sentido de pertencer a uma bandeira, um país, de lutar contra o imperialismo”. (O povo deu uma vitória heroica a Maduro, Brasil 247, 20/05/2018).
*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado