Ao apresentar o documento, Alicia Bárcena, Secretária Executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), considerou necessário ‘aprofundar a integração para promover a recuperação regional’.
Nesse sentido, Bárcena destacou que o comércio intrarregional é o mais propício à diversificação produtiva, à internacionalização das empresas, principalmente de pequeno e médio porte, e à igualdade de gênero, mas sofreu forte retração na etapa analisada.
Ele insistiu que, para reverter essa situação, é importante avançar uma agenda compartilhada sobre facilitação do comércio, infraestrutura de transporte e logística e cooperação digital para gerar desenvolvimento regional em setores dinâmicos essenciais.
Bárcena considerou que a recuperação pós-pandêmica requer uma maior convergência entre os mecanismos de integração para superar a fragmentação do mercado regional e apoiar uma recuperação sustentável e inclusiva.
O relatório observa que a recuperação dos preços das commodities e o aumento da demanda nos Estados Unidos, China e Europa criam condições para uma lenta recuperação das exportações regionais desde o segundo semestre de 2020, mas sujeita a incertezas devido aos surtos de Covid-19 em vários países.
O estudo investiga pela primeira vez as desigualdades de gênero no comércio internacional e revela que em 2018, segundo informações de dez países da América do Sul e do México, uma em cada dez mulheres trabalhava em atividades ligadas à exportação, principalmente industriais têxteis e serviços como o turismo.
Mas a Covid-19 com o fechamento das fronteiras, as restrições à mobilidade e a queda do comércio impactaram os trabalhadores e empresárias vinculados justamente a esses setores, mais do que a outros.
Para contrariar esta situação, o relatório preconiza o fortalecimento da integração e complementação produtiva regional, garantindo a participação das mulheres nos ramos estratégicos de mudança estrutural com igualdade de gênero em um mundo pós-pandêmico.
Isso inclui, entre outras medidas, incorporar as disposições de gênero nos acordos e disciplinas comerciais, garantindo o acesso das mulheres ao crédito, às tecnologias e ao emprego em setores dinâmicos, afirma a CEPAL.