Panamá, (Prensa Latina) Construtores panamenhos manterão paralisadas cerca de 260 obras no país pelo décimo-terceiro dia consecutivo e determinarão novas ações devido ao estancamento das negociações com os empresários por aumento salarial, informou o sindicato.
Saúl Méndez, secretário geral do Sindicato Único Nacional de Trabalhadores da Construção e Similares (Suntracs), convocou no sábado passado todos os filiados para se concentrarem em assembléia geral nesta segunda-feira, no emblemático parque Belisario Porras, onde analisarão outras medidas de força.
O líder sindical qualificou de ‘migalhas’ a oferta da Câmara Panamenha da Construção (Capac), para o aumento salarial dos próximos quatro anos, que deverá ser estabelecido em um convênio coletivo de trabalho atualmente sob negociação.
Capac manteve no sábado sua proposta de aumentar quatro centavos a hora para os ajudantes e cinco para operários qualificados, enquanto Suntracs exige elevar em 11% a remuneração entre 2018 e 2021, considerando o aumento no do custo da vida e os altos lucros que a indústria obteve.
Perante a situação que mantém paradas várias obras do governo como a Linha 2 do metrô da capital, o presidente do país, Juan Carlos Varela, fez um chamado às partes a seguir o exemplo de sua administração, que em 2014 decretou um aumento de 14% nos salários, apesar de ter explicado que só se tratava de uma referência.
‘Faço um chamado à direção da Capac para que melhorem sua proposta e à lidernaça do Suntracs para que se aproxime mais à realidade da capacidade que tem a indústria da construção para fazer o ajuste salarial, e assim pôr fim à greve que já cumpriu duas semanas’, disse à imprensa.
Mais de 100 mil famílias dependem dos salários da construção e ainda que o Suntracs conte com um fundo de greve, não é suficiente, por isso não deve ter ambições extremas, disse.
Por sua vez, o ministro de Trabalho e Desenvolvimento Trabalhista, Luis Ernesto Carles, que é mediador no diálogo, afirmou que a greve não terminará em poucos dias, mas tem a esperança que enquanto se mantenham na mesa de diálogo, é possível chegar a um acordo.
Sobre as declarações do presidente, um dos negociadores do sindicato, Erasmo Cerrud, disse ao diário La Prensa que ‘se a Capac propõe 14%, o Suntracs estaria disposto a assinar um acordo para acabar com o conflito trabalhista’.
Os construtores receberam o apoio de vários sindicatos do magistrado e de outros setores, além de organizações sociais, mas também o repúdio de vários dos principais meios de imprensa que ofereceram mais espaços aos empresários para repetir os argumentos de que o aumento de salário dispararia os preços.
Em uma exceção midiática que se propôs enfrentar as posições de ambas partes em conflito, a economista Rosario Arias, porta-voz do Suntracs, afirmou que os preços das moradias contiuam atualmente um impulso especulativo descontrolado, sem relação alguma com o salário dos construtores, o que em ocasiões até quadruplica o custo.
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