Panamá: Comércio eletrônico poderia salvar a Zona Livre de Colón

Esta é uma das recomendações apontadas pela consultoria da firma brasileira BAIN, à qual o Ministério de Economia e Finanças (MEF) encarregou em março passado a análise, publicou o jornal local La Prensa.

A avaliação incluiu estudos de mercado, marco legal, revisão de estratégia e potencial, estimar impactos e avaliar novos modelos de negócios para gerar maior competitividade, entre outros.

O relatório da consultora enfatizou que é necessário um maior investimento em infraestrutura, melhorar acessos e processos para agilizar o comércio dentro do recinto, tais como guaritas de controle mais eficientes, além de melhorar a conectividade com os portos da cidade de Colón, onde se encontra o enclave.

‘O estudo demonstrou, fazendo uma análise com outras zonas francas da região e do mundo, que a ZLC conta com os principais atrativos que um investidor procura para se estabelecer em uma zona franca: localização geográfica e custos operativos em relação a outras zonas francas’, opinou Augusto Arosemena, ministro de Comércio e Indústrias (Mici).

Reforçar a promoção da ZLC internacionalmente para captar mais investimentos é outra das recomendações do relatório, aspecto que a Associação de Usuários (AU) da ZLC considera que o governo não tem levado a cabo com precisão, segundo a fonte.

Com a queda dos mercados da Colômbia e da Venezuela, o comércio na zona franca vem caindo, processo que começou em 2013 com a imposição de um imposto misto à importação de têxteis e calçados pelo primeiro, e a inadimplência dos empresários venezuelanos devido à situação econômica de seu país.

Outra das recomendações do estudo foi trabalhar de forma conjunta, setor público e privado, para abrir novos mercados e fortalecer o comércio em certos rubros, como artigos eletrônicos e peças de automóveis.

A região já importa muito desses produtos e muito poucos deles vêm da ZLC, e essa situação deveria ser revertida para procurar uma quota de participação nesses mercados, explicou Arosemena.

Por sua vez, Usha Mayani, presidenta da AU, afirmou que ‘o que nos preocupa é o curto prazo. Há vendas, mas o custo operativo é muito alto para as vendas que existem hoje em dia’. O grêmio que ele representa exige a redução nos aluguéis de terreno e de locais comerciais, segundo o critério de foram estabelecidos quando as empresas tinham vendas altas.

As novas exigências aparecem depois de terem recebido benefícios fiscais e reduções em vários impostos e tarifas entre finais de 2015 e março passado, e o titular do Mici descartou que seja considerado atualmente um novo corte, porque ‘os custos operativos deles são baixos comparados com outros países’.