Por Lourdes Pérez Navarro Nova Iorque, 30 jan (Prensa Latina) Quando a pandemia Covid-19 atinge o mundo hoje com mais de 100 milhões de infectados, seu impacto econômico e social também é marcado com números vermelhos.
Ele assegurou que a recuperação inclusiva e sustentável da pandemia dependerá da disponibilidade universal de vacinas e de sua eficácia, apoio fiscal e monetário imediato, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, e um estímulo econômico transformador de longo prazo.
‘Em tempo recorde, os cientistas produziram testes rápidos, tratamentos e vacinas contra a Covid-19. Nosso desafio agora é entregar a maior e mais rápida implantação de vacinas que o mundo já viu, atingindo a todos, em todos os lugares’, explicou.
No entanto, os suprimentos de vacinas são escassos e distribuídos de maneira desigual, observou ele.
Para ele, vacinar apenas em países desenvolvidos não os protegerá se não for feito em outras nações ao mesmo tempo, já que deixar populações inteiras expostas ao vírus tornará mais provável que ele sofra mutações e faça com que as vacinas sejam ineficazes.
Portanto, é preciso solidariedade e cooperação internacional, afirmou.
Seus pronunciamentos são baseados no recente Relatório Econômico Mundial: Situação e Perspectivas da ONU, que anuncia que o devastador impacto socioeconômico da pandemia será sentido nos próximos anos, a menos que medidas inteligentes sejam adotadas para garantir a recuperação global.
O documento mostra que em 2020, após a expansão da crise da saúde em todo o mundo, a economia mundial contraiu 4,3 por cento, duas vezes e meia mais do que durante a crise financeira global de 2009.
As economias desenvolvidas – com expectativa de crescimento da produção de 4% em 2021 – foram as que mais perderam em 2020 (5,6%), devido às paralisações econômicas e ondas subsequentes de Covid -19.
Por sua vez, os países em desenvolvimento experimentaram uma contração menos severa (2,5%), com uma recuperação esperada de 5,6% em 2021, de acordo com estimativas de especialistas.
A América Latina – acrescenta o texto – enfrenta uma ‘década perdida’ em termos de crescimento econômico e desenvolvimento.
O relatório projeta uma recuperação na região de 3,8 por cento neste ano e 2,6 por cento em 2022, embora os cálculos estejam repletos de incertezas sobre a evolução da pandemia, o lançamento de vacinas e o impacto das medidas de politica econômica.
O surgimento do SARS-CoV-2, que ocorreu em um momento em que muitos países da América Latina e do Caribe já enfrentavam sérias dificuldades econômicas, sociais e políticas, expôs e exacerbou profundas desigualdades estruturais, por exemplo, entre trabalhadores formais e informal, e entre homens e mulheres.
Milhões de empregos foram perdidos, especialmente no setor informal, onde a maioria das ocupações exige proximidade física.
Mulheres, jovens e trabalhadores com baixa escolaridade, que constituem a maior parte dos empregos em setores como varejo e hotelaria, foram os mais afetados.
Enquanto isso, em meio à queda da demanda do consumidor, fechamentos temporários de negócios e aumento da incerteza, as empresas reverteram o investimento planejado.
As estatísticas mostram isso: em 2020, o investimento caiu 13%, superando os recordes de 2009.
Pior, os especialistas consideram improvável uma recuperação rápida em meio a incertezas significativas e persistentes.
A ameaça de mais uma década perdida, tanto em termos de crescimento econômico quanto de progresso do desenvolvimento, paira sobre a América Latina e o Caribe, afirma o relatório das Nações Unidas.