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segunda-feira, 9 setembro, 2024

Oposição venezuelana admite que parte de seu plano golpista é aumentar conflitividade

 Caracas, AVN.- A palestra de Juan Requesens, deputado do Primeiro Justiça (PJ), em um fórum realizado na semana passada na Universidade Internacional da Florida (FIU), faz parte da linha discursiva da chamada Mesa da Unidade (MUD) na comunidade internacional: promover a agudização da crise interna e, com isso, justificar uma intervenção estrangeira no país, como via para derrubar o presidente constitucional, Nicolás Maduro.

Requesens admitiu que a denominada “Hora 0”, passo seguinte à consulta eleitoral ilegal que a coligação da direita marcou para o próximo 16 de julho, consiste em aumentar os níveis de violência, acompanhado de um chamado às ruas “sem retorno” dirigido aos seguidores da oposição.

“Para chegar a uma intervenção estrangeira temos que passar esta etapa (a hora 0)”, vociferou o deputado diante do público que o escutava nesta universidade, sede do Centro de Estudos de Cultura Estratégica, articulado com o Comando Sul dos Estados Unidos. Neste local são realizadas investigações para aplicação na ação direita e na militarização da América Latina e o Caribe, como denunciou Adrienne Pine em 2011, em uma conferência internacional realizada em Buenos Aires.

O pensamento de Requesens está alinhado com os de outros porta-vozes da direita como Freddy Guevara, deputado e dirigente de Vontade Popular (VP), que tem reiterado que o objetivo fundamental desta estratégia é gerar um clima de “ingovernabilidade” no país mediante ações nas ruas e mobilizações que coloquem o Estado venezuelano em um dilema.

“Mais um dia nas ruas é outro dia de problemas para Nicolás Maduro”, disse Guevara durante os primeiros dis do chamado à violência nas ruas, que em três meses deixa 97 falecidos, segundo uma compilação do Ministério da Comunicação e Informação; mais de 1.400 feridos, destroços a bens públicos e privados, e danos irreparáveis em diversas cidades do país.

O discurso acompanha o constante lobby de organizações e governos de direita, tarefa assumida por políticos como Julio Borges, também do Primeiro Justiça.

Este deputado nos últimos meses se dedica a reuniões com o secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro; o Departamento de Estado norte-americano, os governos da Argentina, Peru e Colômbia, e até o regime de fato de Michel Temer, no Brasil, que tomou o poder mediante um golpe parlamentar contra a presidenta legítima dessa nação, Dilma Rousseff.

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