Amanhã terça-feira chamaram um dia de solidariedade com mortos e feridos durante as quatro últimas semanas de protestos contra o governo, que mantêm paralisadas as atividades docentes, econômicas, comerciais e os serviços.
Segundo dados oficiais, ao menos seis pessoas morreram desde mediados de setembro, no entanto, a Rede Nacional em Defesa dos Direitos Humanos, registra cerca de vinte mortos.
Na próxima quarta-feira, celebrarão os funerais das vítimas, e para quinta-feira e sexta-feira agendaram um levantamento geral das massas populares e rurais, segundo a plataforma digital Juno 7.
O calendário abre a quinta semana consecutiva de protestos antigovernamentais, que além da renúncia do presidente, clamam a instauração de um sistema alternativo, que garanta as necessidades da maioria, asseguram seus coordenadores.
Nas ruas, dezenas de milhares de haitianos afirmam que Moïse já não os representa e criticam o apoio da comunidade internacional, em especial do Core Group, que reúne representantes da ONU, a OEA e embaixadores de vários países.
A nível global crescem as adesões à causa do povo, e contra a aplicação de prescrições neoliberais, que mantêm o Haiti com os mais baixos indicadores de desenvolvimento socioeconômico do hemisfério.
Na sexta-feira passada, o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, escreveu uma carta ao secretário-geral de Nações Unidas, Antonio Guterres, em solidariedade com a luta do povo haitiano e reclamando à comunidade internacional que respeite o direito à autodeterminação.
Dezenas de organizações e personalidades da região enviaram ao povo do Haiti, uma Carta aberta de Solidariedade, que expressa o apoio contundente à luta nacional contra a cruel realidade imposta por parte do Estado haitiano, em cumplicidade com a comunidade internacional.
A eles se juntam uma centena de organizações e instituições sociais, políticas e econômicas do Haiti, que assinaram recentemente um documento que aspira a um governo nacional de resgate e a uma transição bem-sucedida, após mais de dois anos de gestão instável do presidente.
No comunicado destacaram que o país se encontra numa ‘situação caótica que anuncia um desastre humanitário iminente’, e denunciam que o Governo perdeu o controle do aparelho estatal.
No entanto, o presidente faz questão de manter seu posto, e no início da semana passada nomeou uma comissão para orientar um diálogo nacional, uma proposta que foi recusada pelos setores da oposição.