Alex Prado
Secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirmou em conferência na Europa que a entidade está de portas abertas à entrada do Brasil como membro do grupo. A informação é do site Oilprice.com
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A AEPET reitera sua posição contrária à exportação de petróleo cru pelo Brasil e a importação de derivados, pois trata-se de uma relação internacional do tipo colonial, onde se exporta produtos primários e importa produtos industrializados de maior valor agregado.
A posição da AEPET é argumentada no artigo “Exportação de petróleo cru é recorde, Lula conduz o Brasil na rota colonial pavimentada por Temer e Bolsonaro”, de Felipe Coutinho, vice-presidente da Associação.
Leia abaixo a reportagem da Oilprice.com, escrita por Julianne Geiger:
A porta da OPEP está aberta caso o Brasil deseje juntar-se ao grupo exportador de petróleo, disse o secretário-geral da OPEP, HE Haitham al-Ghais, na Argus European Crude Conference desta semana.
“Hoje o Brasil se tornou um dos maiores exportadores e parou de comprar petróleo. Portanto, a porta está aberta”, disse al-Ghais.
Para a OPEP, faz sentido trazer o Brasil para o grupo, com a sua produção de petróleo e gás atingindo níveis recordes: em julho foram 4,48 milhões de boe/d. A produção de petróleo cresceu 18,6% ano a ano, segundo dados da ANP, atingindo 3,51 milhões de bpd. Segundo Wood Mackenzie, espera-se que as empresas petrolíferas privadas do Brasil aumentem a produção em 75% até 2030. Espera-se que a estatal Petrobrás aumente a produção em 81% dentro do mesmo prazo, e a Petrobrás disse que está disposta a investir US$ 78 bilhões entre 2022-2026 para aumentar a sua produção.
A rápida ascensão do Brasil na indústria petrolífera para se tornar um exportador significativo não o torna apenas um pedaço tentador para a OPEP, mas a sua falta de adesão pode representar uma ameaça para o grupo, com os principais produtores compensando parte do poder da OPEP para manter os mercados petrolíferos em equilíbrio .
Contudo, foram poucos os benefícios cogitados para o Brasil ao aderir à OPEP.
No início de janeiro de 2020, o ministro da Energia do Brasil, Bento Albuquerque, recusou-se a aderir à OPEP. “A ideia é apenas aumentar a nossa produção e participar mais no mercado internacional de petróleo e gás”, disse na altura. “Mas este não é um plano para o Brasil aderir à OPEP ou a qualquer outra associação ou grupo de produtores de petróleo e gás. Não queremos restrições, queremos aumentar a nossa produção.”
O único benefício seria que a adesão do Brasil à OPEP acrescentaria força ao grupo e tornaria mais fácil controlar o mercado – e o Brasil passaria então a fazer parte desse forte grupo.