A alta comissária Michelle Bachelet pediu a realização de investigações independentes, imparciais e transparentes sobre as denúncias de violações aos direitos humanos e abusos -incluindo mortes, violações de normas internacionais sobre o uso da força, e detenções arbitrárias- e o saque e destruição de propriedades públicas e privadas.
De acordo com a missão de especialistas da ONU em direitos humanos que visitou Equador, a repressão dos protestos ‘não se ajustou às normas internacionais’ e se produziram detenções arbitrárias.
Essa equipe permaneceu de 21 ao 8 de novembro na nação sul-americana e recebeu relatórios procedentes de vítimas e testemunhas que indicam que a atividade repressiva dos agentes da ordem (polícias e militares despregados depois da declaração do estado de exceção) não se ajustou às normas e aos critérios internacionais.
Os agentes da ordem recorreram ao ‘emprego desnecessário e desproporcional da força’, indicou a missão da ONU.
Ademais, determinaram que, durante os 11 dias de protestos sociais em outubro, ao menos nove pessoas morreram e 1.507 resultaram feridas, entre as que figuravam 435 membros das forças de segurança.
O número de detentos ascendeu a 1.382 e há denúncias de que muitas destas pessoas foram detidas arbitrariamente, detalhou o relatório.
Outro padrão inquietante, assinalou a equipe da ONU, foi o grande número de detenções supostamente arbitrárias e as denúncias de tratamentos crueis por parte dos presos.
‘Os distúrbios do mês passado tiveram um alto custo humano. As pessoas deveriam poder expressar suas queixas sem temor a ser lesionadas ou detentas. Ao mesmo tempo, é importante que os manifestantes não recorram à violência’, indicou a porta-voz de Bachelet.
A alta comissária também chamou a todos os atores do país sul-americano a valer do diálogo para prevenir conflitos e criar uma sociedade mais inclusiva.