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Heba Ayyad*
Ocultando o genocídio: um plano dos Estados Unidos para romper o isolamento de Israel
Em entrevista concedida à Axios último dia 4 de outubro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que um dos principais objetivos de seu plano para Gaza era restaurar a posição internacional de Israel. Trump declarou:
“Netaniahu foi longe demais e Israel perdeu muito apoio internacional. Agora vou recuperar tudo isso.”
Claramente, Trump pretendia que o seu chamado plano de paz virasse a página dos crimes de Israel — e da cumplicidade dos Estados Unidos nesses crimes —, inaugurando uma nova era de normalização com a ocupação, particularmente na Cisjordânia, ao mesmo tempo em que reabilitaria diplomaticamente Israel e expandiria os Acordos de Abraão.
No entanto, mesmo antes de a Corte Internacional de Justiça condenar a política de fome de Israel, pessoas ao redor do mundo já estavam se mobilizando, instando seus governos a não permitir que Israel saísse impune.
Pode-se questionar por que Trump está tentando resgatar Israel do atoleiro em que se encontra. Por que os Estados Unidos estão se apressando para salvar Israel de uma situação da qual ele não consegue escapar? A razão é simples: os Estados Unidos são cúmplices do crime.
Segundo o direito internacional, qualquer pessoa que auxilie um criminoso de guerra na execução de seus crimes torna-se automaticamente cúmplice. O Artigo 3º da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio estabelece que:
Será punido qualquer pessoa que cometer os seguintes atos:
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a) Genocídio;
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b) Conspiração para cometer genocídio;
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c) Incitação direta e pública ao genocídio;
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d) Tentativa de cometer genocídio;
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e) Participação em genocídio.


