Quito, 17 de fev (Prensa Latina) O movimento Pachakutik se reunirá para decidir sua posição no segundo turno das eleições, já que o voto indígena é considerado fundamental para definir o próximo presidente do Equador, devido à proximidade do primeiro turno das eleições. Quito, 17 de fev.
O atual presidente e candidato à reeleição, Daniel Noboa, e Luisa González, da Revolução Cidadã, estavam praticamente empatados, então analistas acreditam que o apoio do movimento indígena pode fazer a balança pender no segundo turno.
Leonidas Iza, líder da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e também candidato pelo movimento Pachakutik, ficou em terceiro lugar, com 5,24% dos votos.
Ele deixou claro que seu movimento não endossará automaticamente votos aos candidatos que chegaram ao segundo turno, mas que isso será decidido coletivamente.
No entanto, Iza, que apresentou uma proposta de esquerda e anticapitalista, anunciou que não terá nenhum tipo de diálogo com o movimento oficial Ação Democrática Nacional (ADN) e acusou Noboa de “usar o Estado e mentir durante sua campanha”.
Entre outros pontos, ele mencionou a promessa de um bônus para mulheres e jovens, enquanto setores como a economia popular e solidária enfrentam meses de atrasos nos pagamentos do Estado.
Ele também questionou o anúncio do presidente de conceder bônus aos migrantes deportados dos Estados Unidos, medida que ele descreveu como eleitoralista.
Em contrapartida, o líder da Conaie não descartou uma aproximação com González e um dos pontos que podem definir seu apoio é a oposição à mineração e à extração de petróleo, questões-chave na agenda indígena. Da perspectiva dos analistas, o voto indígena não é um bloco homogêneo nem automaticamente transferível.
O Pachakutik convocou uma reunião do conselho político para quarta-feira, 19 de fevereiro, onde será decidida qual posição a organização política tomará diante do segundo turno das eleições.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 99,9% dos votos apurados, Noboa tem 44,16% e seu rival RC 43,98%.
Diante dessa situação tão unida, os votos do setor indígena e também dos que votaram em branco ou nulo serão fundamentais para o segundo turno de 13 de abril entre Noboa e González, que pediu a unidade do país e um grande acordo nacional.