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quinta-feira, 25 abril, 2024

O papel do Colégio Eleitoral na eleição presidencial nos EUA

Colégio Eleitoral em Harrisburg, Pensilvânia: eleitores votam em seus próprios estados, votos vão para o Congresso

Criado para assegurar representação proporcional dos estados, órgão possibilitou a eleição de dois presidentes que perderam no voto popular neste século. Críticos dizem que sistema ignora direito de milhões.    

Entre os elementos menos compreendidos porém mais importantes do sistema eleitoral dos EUA está o órgão que realmente fornece os votos que determinam o próximo presidente: o Colégio Eleitoral.

Incluído na Constituição dos Estados Unidos em 1787, ele atualmente consiste em 538 eleitores ou delegados nomeados, com cada estado tendo o mesmo número de delegados quanto tem de representantes em ambas as casas do Congresso dos Estados Unidos, somados. O estado menos populoso, Wyoming, tem 3 delegados; enquanto o mais populoso, Califórnia, tem 55.

“Literalmente, o que você faz quando vota em uma eleição presidencial americana é votar em um quadro de eleitores [delegados]”, diz Ken Kollman, professor de ciência política da Universidade de Michigan e diretor do Centro de Estudos Políticos da instituição.

“Então, quando você vota no Partido Republicano ou no Democrata, está votando em um quadro de eleitores [delegados] republicanos ou democratas. Esses eleitores, então, dentro de cada estado, fazem parte de uma pequena versão do Colégio Eleitoral e darão os votos para presidente depois que o voto popular for lançado.”

Solução de consenso

O Colégio Eleitoral foi uma solução de consenso entre os autores da Constituição dos Estados Unidos, que argumentavam que o Congresso deveria eleger o presidente e outros que alegavam que um sistema descentralizado protegeria contra a concentração de poder.

O Colégio Eleitoral é um filtro entre o ideal de voto popular “uma pessoa e um voto” e a nomeação de líderes da nação.

Infografik US-Wahl wie funktioniert Electoral College PT

Com 48 estados concedendo votos à maneira winner-takes-all (o vencedor leva tudo), tornou-se possível para os candidatos obter a maioria dos votos do Colégio Eleitoral (270) vencendo nos chamados swing states, estados cujo eleitorado oscila entre os democratas e republicanos, sem necessidade de vencer no voto popular nacional.

Isso ocorreu duas vezes neste século, com os republicanos George W. Bush e Donald Trump vencendo as eleições americanas de 2000 e 2016, respectivamente, apesar de terem perdido no voto popular.

Os defensores do Colégio Eleitoral dizem que ele força os candidatos a visitarem mais o país, e não apenas suas áreas mais populosas.

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