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quarta-feira, 19 novembro, 2025

O jornal mexicano La Jornada apela à união em defesa da Venezuela

Cidade do México, 15 de novembro (Prensa Latina) O prestigiado jornal mexicano La Jornada destacou hoje, em um editorial, a urgência de governos e cidadãos comprometidos com a paz e a autodeterminação dos povos unirem forças em defesa da Venezuela.

“O que está em jogo não é o destino do chavismo, mas o retorno do neocolonialismo estadunidense mais brutal à região”, afirmou o veículo de comunicação em resposta à ameaça de envio de militares dos EUA para o Caribe.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu ontem ao povo americano que “pare a mão insana de quem quer que dê a ordem para bombardear” e, um dia antes, instou seu homólogo americano, Donald Trump, a não levar os Estados Unidos a uma “guerra sem fim”.

As declarações, observou o jornal, surgem num momento em que “Washington está fazendo pouco ou nada para disfarçar o fato de que o envio de tropas, aeronaves e navios de guerra (…) para as costas do Caribe e do Pacífico da América do Sul tem o verdadeiro propósito de catalisar uma mudança de governo em Caracas”.

Ele acrescentou que, até o momento, a estratégia norte-americana parece se basear na mera presença de suas frotas e em elementos como o bloqueio econômico e as constantes ameaças da Casa Branca de provocar um golpe de Estado, rompendo fileiras dentro do exército bolivariano.

“No entanto”, alertou ele, “uma ação militar direta como a mencionada pelo presidente venezuelano não pode ser descartada”.

O editorial, intitulado “Venezuela e o Futuro da América Latina”, descreveu como preocupante o fato de membros de alto escalão das forças armadas e da administração dos EUA, bem como porta-vozes de instituições de extrema-direita, falarem abertamente e até mesmo incitarem uma intervenção militar.

Na opinião dele, “o debate público e descarado sobre as agressões imperialistas é um sinal dos danos causados ​​pelo trumpismo ao direito internacional e às normas diplomáticas”.

As execuções e “o desaparecimento forçado de pelo menos 80 pessoas perpetrado por Washington (durante ataques a embarcações) desde o início de setembro passado parecem uma forma macabra de testar os limites da comunidade internacional”, denunciou ele.

Ele acrescentou que isso ocorreu “diante de violações massivas dos direitos humanos cometidas à luz do dia e exibidas como troféus de guerra por Trump e vários membros de seu gabinete”.

O jornal La Jornada lamentou que o isolamento das vozes críticas em relação a essas práticas e a inação das organizações internacionais obrigadas a agir tenham demonstrado ao magnata a efetiva impunidade de que goza por suas transgressões.

A esse respeito, ele mencionou o vazamento de um memorando secreto do Departamento de Justiça, que demonstra que o governo republicano está ciente da total falta de fundamento legal para suas operações contra os supostos barcos de narcotráfico.

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