Brasília, (Prensa Latina) A presidenta do Partido dos Trabalhadores (PL) do Brasil, Gleisi Hoffmann, qualifica hoje de autoritário e desrespeitoso o desempenho da juíza Gabriela Hardt durante o interrogatório realizado na quarta-feira ao ex-governante Luiz Inácio Lula da Silva.
Assinalou que ‘em tempos de Bolsonaro (Jair, presidente eleito) no poder, seus seguidores se revelam em comportamentos. Lula foi digno,como sempre’, enfatizou.
Para Hoffman, o processo pelo caso Atibaia é mais um teatro armado pela Lava Jato (investigação sobre corrupção), que atua no país como se fosse um partido.
A ida do questionado juiz Sérgio Moro para o futuro Governo de extrema-direita de Bolsonaro será a prova concreta do ódio político e ideológico contra o PT e Lula, afirma a líder política.
Durante a audiência com Hardt, que substituiu temporariamente Moro, o ex-dirigente operário, de 73 anos, ratificou sua inocência e qualificou de farsa as acusações que pendem sobre ele por supostos atos de corrupção.
‘O primeiro processo no qual tenho sido vítima é uma farsa, uma mentira do Ministério Público, com Power Point. A segunda é outra farsa, estou pagando esse preço, vou pagar porque sou um homem que creio em Deus, na justiça e um dia a verdade vai prevalecer sobre o que está acontecendo’, afirmou Lula na sala.
Pela primeira vez em sete meses, o fundador do PT foi retirado na quarta-feira da Polícia Federal na cidade de Curitiba e levado à Justiça Federal para responder Hardt, nas indagações da Lava Jato.
Designado ministro da Justiça por Bolsonaro, Moro foi quem condenou Lula e o prendeu em 7 de abril para que cumprisse uma pena 12 anos e um mês por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Entre perguntas e certa tensão na sala, o ex-chefe de Estado manifestou sentir-se como um troféu, ‘um troféu que a Lava Jato precisava entregar. Não sei por que não gostam de mim, mas eu era um troféu que precisavam entregar’, disse.
Negou qualquer vínculo sobre aparentes reformas feitas em um sítio em Atibaia, interior de São Paulo, atribuída de fato a ele e que teriam sido pagas por empresas construtoras entre 2010 e 2014 em troca de contratos com a companhia Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras).
‘A fazenda não era minha e eu não tinha obrigação de perguntar nem de saber’, insistiu Lula, que se sente perseguido politicamente e cansado de mentiras.



