Santiago, Chile, 4 de outubro (Prensa Latina) Quase um ano após o desaparecimento da líder mapuche Julia Chuñil, o caso tomou um rumo diferente esta semana após o vazamento de uma gravação de áudio indicando que a ambientalista chilena foi queimada.
A mulher de 73 anos, presidente da comunidade de Putreguel, foi vista pela última vez em 8 de novembro do ano passado, quando saiu com seu cachorro para alimentar os animais.
Após um longo processo, no qual tentaram incriminar até alguns familiares, na última segunda-feira, a advogada do autor, Karina Riquelme, revelou à imprensa a existência de um telefonema no qual o empresário Juan Carlos Morstadt informou ao pai que Chuñil havia sido queimado.
As novas informações levaram autoridades e organizações políticas e sociais a exigirem uma investigação completa do caso.
Ao abordar a questão, o presidente chileno Gabriel Boric pediu que as instituições funcionem corretamente e que toda a verdade seja esclarecida.
“Ninguém pode ficar indiferente quando uma pessoa desaparece. Estamos todos preocupados em saber o que aconteceu e onde ela está. No Chile, não pode haver espaço para impunidade”, disse o presidente.
Em nota publicada aqui, o Partido Comunista do Chile (PCCh) expressou sua consternação e condenação às novas informações sobre o desaparecimento do líder ambientalista.
“Este incidente não é isolado. Julia Chuñil foi vítima de ameaças e ataques sistemáticos por parte de atores ligados à indústria florestal, setores que buscam desapropriar as comunidades mapuches de suas terras ancestrais”, afirmou o PCCh.
Enquanto isso, a Central Unitária dos Trabalhadores alertou que o Estado e o Ministério Público não podem continuar em silêncio cúmplice diante de um crime que atenta contra a vida, a justiça social e os direitos das pessoas.
Os antecedentes do caso, que apontam para uma possível atividade criminosa, nos obrigam a refletir sobre a fragilidade institucional e a dívida pendente com o Acordo de Escazú, disse Álvaro Ramis, reitor da Universidade Academia de Humanismo Cristiano.
O tratado, assinado pelo Chile em 2018 e ratificado em 2022, reconhece o direito das comunidades de participar das decisões ambientais e, significativamente, exige a proteção dos defensores dos direitos humanos nessas questões.
Para Ramis, o caso de Julia Chuñil revela três desafios: garantias de segurança e proteção para ambientalistas, reconhecimento dos povos indígenas como partes interessadas centrais e o fim da impunidade.
“O desaparecimento de Julia Chuñil não é um incidente isolado. Faz parte de um padrão regional em que defensores do meio ambiente sofrem ataques sistemáticos”, lembrou o reitor em artigo publicado no site elmaipo.cl.
Ele acrescenta que Escazú nasceu justamente em resposta a esse cenário; no entanto, sua real validade dependerá de os Estados traduzirem seus compromissos em políticas públicas tangíveis, com vontade e orçamento suficientes.
Segundo a Global Witness, a América Latina é a região com mais assassinatos de defensores da natureza, respondendo por 82% dos casos.
Segundo a organização, pelo menos 120 ativistas foram assassinados ou desapareceram na América Latina em 2024.
Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie
Duração
Descrição
cookielawinfo-checkbox-analytics
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional
11 months
The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy
11 months
The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.