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segunda-feira, 2 dezembro, 2024

Nossa Cuba, sitiada pelo bloqueio e pelos furacões

Buenos Aires (Prensa Latina) Cuba atravessa um dos momentos mais graves da sua história de luta e resistência, apesar do apoio de 187 países do mundo, como acaba de ser demonstrado na recente Assembleia Geral das Nações Unidas.

Por Stella Calloni*

Colaboradora de Imprensa Latina

Na ONU votaram pelo levantamento de um cerco de guerra criminoso que os Estados Unidos aplicam há mais de 60 anos, violando a legislação internacional e os direitos humanos e dos povos.

É o preço que paga o único país independente da Nossa América depois de uma luta heróica pela libertação nacional e anticolonial, derrotando o ditador do império no início do ano de 1959.

A Revolução Cubana, a primeira triunfante do século XX, foi e será um farol de luz para todos os povos subjugados do mundo, e alcançou conquistas extraordinárias, sob uma guerra implacável do inimigo imperial, cujo quartel-general fica a apenas 90 milhas de distância. a Ilha, que pelo tamanho e habitantes seria apenas uma pequena cidade nos Estados Unidos.

Neste momento, com o bloqueio aumentado até a asfixia, Cuba precisa de toda a nossa ajuda diante da passagem de outro novo furacão, o Rafael, que começou como uma tempestade tropical e foi crescendo até atingir a categoria três ao chegar ao Island, em muito pouco tempo após o evento do Oscar que causou danos gravíssimos.

Entre estes, o apagão que imobilizou o país, mantendo em alto mar navios com combustível que não conseguiam chegar à costa cubana para alimentar as centrais eléctricas, como aconteceu no dia 17 de Outubro.

Dentro da difícil situação geral e apesar da organização que caracteriza Cuba na prevenção dos furacões, o medo era inevitável, especialmente depois de vivenciar o apagão geral de três dias que afetou o país ao desligar o Sistema Elétrico Nacional, conforme relatado quando ocorreu uma avaria. em uma importante usina termelétrica.

Além disso, continuam a registar-se chuvas como resultado do furacão anterior que afetou as províncias de Guantánamo, Holguín, Santiago de Cuba, Granma e Las Tunas (leste), o que produziu novos apagões em áreas altamente afetadas.

O furacão Rafael também obrigou à evacuação de habitantes, entre cerca de quatro milhões, naquela região que inclui Havana, Matanzas, Pinar del Río (uma das mais atingidas de sempre), Mayabeque e Artemisa.

O Estado-Maior da Defesa Civil e os Institutos de Meteorologia e Recursos Hidráulicos Nacionais mantiveram a vigilância após a chegada do furacão Rafael a Cuba em fase de alerta para Villa Clara, Cienfuegos e Sancti Spíritus. Embora Cuba seja o país que se caracterizou por antecipar os furacões, eles estão se tornando mais violentos e deixando maiores consequências.

Isto obriga-nos a lembrar que entre os maiores efeitos criminosos do bloqueio estamos a assistir à sua expansão com a decisão de impor novas sanções acrescentadas durante o governo de Joe Biden às mais de 240 impostas pelo ex-presidente Donald Trump (2017-2021). o que agravou ainda mais a situação.

Como resolver algo diante da impossibilidade de adquirir equipamentos, inclusive peças de reposição necessárias para reconstruir danos e avarias e resolver a manutenção necessária quando nada pode entrar devido ao bloqueio e à chantagem global que os Estados Unidos exercem?

Sem divisas para importar e menos ainda para pagar um custo que se multiplica e muito mais para garantir que possa chegar a Cuba, como acontece na área da medicina, como evidenciado na necessidade de ajuda para comprar seringas para injecções, destinadas a A aplicação da vacina durante a última pandemia é um exemplo da criminalidade que o bloqueio significa. Não há outro termo neste caso para explicá-lo.

Vários meios de comunicação estimaram que o impacto deste e de outros furacões poderá agravar ainda mais a situação energética da ilha, como aconteceu com o furacão Ian em setembro de 2022, que causou, entre outros danos, um apagão total.

Vivemos o que significaria um alerta vermelho para todas as organizações de solidariedade com Cuba que precisam de nós como nunca antes, dada a gravidade e complexidade dos acontecimentos mundiais, como vemos no genocídio televisivo e no extermínio de Israel contra o povo palestino com absoluta impunidade, e cujo objectivo e alvo principal são as crianças palestinianas. Herodes e Hitler retornaram?

Em homenagem à memória do Comandante Fidel Castro Ruz, neste mês de novembro devemos unir todos os movimentos de solidariedade do mundo para defender Cuba dos golpes de um império decadente e brutal, e recorrer a formas novas e criativas de tornar cada ação de solidariedade mais eficaz. hoje.

*Prestigiada escritora, jornalista e analista internacional argentina. Prêmio Latino-Americano de Jornalismo ‘José Martí’ (1986).

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