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sábado, 7 dezembro, 2024

Nicarágua oficializa saída da Organização dos Estados Americanos

© AP Photo / Andres Nunes

Sputnik – Dois anos após a denúncia da Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a Nicarágua retirou-se oficialmente da sua adesão nesta segunda-feira (20).

O governo da república presidida por Daniel Ortega afirmou que estava assim encerrando um “capítulo prejudicial” na história do país, de forma a contribuir para a destruição da hegemonia unipolar do Ocidente, segundo o ministro das Relações Exteriores, Denis Moncada Colindres.
“19 de novembro de 2023 marca dois anos desde que o governo da Nicarágua denunciou a Carta da Organização dos Estados Americanos e, de acordo com o artigo 143, esta Carta já não tem força em relação ao Estado da Nicarágua. Estamos saindo definitivamente, a Nicarágua não tem mais relações e não é mais membro desta vergonhosa organização chamada OEA”, declarou.
As autoridades nicaraguenses anunciaram a decisão inicialmente em novembro de 2021 devido a sua interferência ocidental nos assuntos internos do país. O escritório de representação da OEA na República da Nicarágua foi fechado em abril de 2022.
Denis Ronaldo Moncada, ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, discursa na 78ª Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 26.09.2023

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Além da Nicarágua, a Venezuela, que foi expulsa a seu próprio pedido em 2019, e Cuba, cuja adesão foi suspensa em 1962 sob pressão dos Estados Unidos, não participam nos trabalhos da OEA.
No texto da declaração por ocasião de sua saída da OEA, o governo do país centro-americano chama a organização de “Departamento de Colônias dos EUA”, lembrando os numerosos golpes e intervenções na região ocorridos desde 1954 com o seu apoio indireto, ou não, na Guatemala, Cuba, Brasil, República Dominicana, Chile, Ilhas Malvinas argentinas, Granada, Panamá, Venezuela, Honduras, Equador, Paraguai e Bolívia.
“A OEA tem repetidamente levado a cabo ações intervencionistas contra a Nicarágua, violando os princípios de não ingerência nos assuntos internos, de respeito pela soberania dos Estados e do direito dos povos de escolherem livremente o seu próprio destino, reconhecidos pelo direito internacional e contidos no seu estatuto fundador.”

O ministro citou “ações intervencionistas”, que “foram demonstradas pela sua participação e ações tendenciosas na tentativa de golpe na Nicarágua em 2018”.

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