O dirigente partidário fez esta afirmação na abertura da reunião dos secretários-gerais dos partidos políticos emanados dos movimentos de libertação nacional da África Austral, nomeadamente MPLA (Angola), CCM (Tanzânia), Swapo (Namíbia), ANC (África do Sul), Zanu-PF (Zimbabwe) e Frelimo (Moçambique).
Indicou que este encontro realiza-se num contexto regional marcado por alguns focos de tensão, tendo aludido à situação vigente na República Democrática do Congo (RDC), onde se assiste a um conflito militar que ao longo dos anos já provocou milhares mortes e elevando o número de refugiados nos países vizinhos.
“Angola recebe milhares de refugiados da RDC que buscam a paz e a protecção”, disse, sublinhando que alguns sucessos alcançados no âmbito da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) estão a ser sacrificados por força do conflito, que assenta numa base étnica e tribal.
O secretário-geral do MPLA declarou que o Estado angolano, num esforço conjunto com as organizações especializadas das Nações Unidas, tem procurado conceder aos refugiados congoleses um abrigo e as condições mínimas para a sua subsistência.
Face à situação, o político realçou que o Presidente do MPLA e da República, José Eduardo dos Santos, está determinado em prosseguir com os esforços colectivos, em coordenação com os demais Chefes de Estado da sub-região, para que se alcance a paz duradoura na RDC.
Em relação a paz em Moçambique, que vinha sendo perturbada, Paulo Kassoma augurou que os sinais de entendimento e de paz sejam consolidados a bem da tranquilidade e do progresso do povo irmão daquele país do Índico.
A este propósito, reiterou ao secretário-geral da Frelimo, Eliseu Joaquim Machava, a solidariedade e o desejo firme do MPLA e dos angolanos em ver a pátria de Samora Machel em paz e harmonia, rumo ao desenvolvimento.
O dirigente partidário augurou igualmente o resgate da estabilidade política na África do Sul, ao mesmo tempo que manifestou o apreço pela cooperação e solidariedade que os antigos movimentos de libertação da África Austral têm recebido do Partido Comunista da China (PCC).
A reunião, que encerra ainda hoje, visa a concertação de pontos de vista sobre questões de interesse comum e o fortalecimento das relações que há várias décadas unem esses partidos propulsores das independências dos respectivos países.