Brasília, (Prensa Latina) A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva assegura hoje que o ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a mentir sobre o ex-presidente brasileiro em uma entrevista com o canal de notícias GloboNews.
Quando exercia esse cargo, acrescenta o site, Moro escreveu em 19 de julho de 2017 que ‘este julgamento jamais afirmou na sentença, ou em nenhum lugar, que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram utilizados para o pagamento de vantagem indevida para o ex-presidente’.
Inclusive, o outrora magistrado dizia que Lula não tinha recebido recursos desviados da companhia Petrobras. E isso após a maior ação irregular contra uma pessoa na história da justiça brasileira. Não encontraram nada. Por isso, na sentença, Moro teve que condenar Lula por ‘atos indeterminados’ e pelo apartamento ‘atribuído’ ao ex-governante no Guarujá que nunca foi dele, ao não encontrar nada, nem ato criminoso nem vantagem indevida, assinala a fonte.
Denuncia que na entrevista com a GloboNews, Moro disse algo diferente do que ele mesmo escreveu e assinou, e que Lula teria recebido recursos desviados da Petrobras, o que não tem base alguma, nem em suas próprias sentenças.
De acordo com o portal, o afirmado pelo ex-juiz ‘é só uma das muitas provas de obsessão, parcialidade, perseguição política e até de crimes cometidos por Moro contra Lula’. Pode ser levada a sério sua sentença contra Lula, que lhe impediu de disputar as eleições e ajudou (Jair) Bolsonaro a chegar ao poder? – pergunta finalmente o portal.
Moro condenou Lula em 2017 a nove anos e seis meses de prisão ao dar por comprovado que recebeu um apartamento de parte da construtora OAS em troca de favores políticos para essa empresa.
Tal sentença foi ratificada e ampliada para 12 anos e um mês por um tribunal de segunda instância e, posteriormente, foi o próprio Moro quem ordenou em abril a prisão do ex-dirigente operário.
Desde esse momento, a defesa de Lula tem tentado múltiplos recursos em diferentes instâncias judiciais para conseguir sua liberdade, mas todos foram negados.
Espera-se que neste início de 2019 a Corte Suprema coloque na agenda novamente a análise de um recurso de habeas corpus (suspenso no fim de novembro) apresentado pela defesa para pôr em liberdade ao ex-presidente.
Recentemente, Lula afirmou em uma carta que ‘não quer favores, simplesmente justiça’, e que ‘não troca sua dignidade por sua liberdade’.
Enfatizou que ‘tem a consciência mais tranquila que aqueles que lhe condenaram’.