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sexta-feira, 21 fevereiro, 2025

Mídia mundial repercute cerca de Bolsonaro

Charge: Quinho/A verdade nua e crua

Por Altamiro Borges

A denúncia contra Jair Bolsonaro apresentada nesta terça-feira (18) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) segue repercutindo na imprensa internacional. Os principais veículos do planeta tratam o ex-presidente como um político de extrema direita, que não aceitou a derrota nas urnas e orquestrou um golpe. Alguns já dão como certa sua prisão. O “mito”, que sempre foi desprezado pela mídia mundial em função da sua mediocridade, agora é apresentado com um traste.

O jornal The New York Times, por exemplo, classificou a denúncia da PGR como “último capítulo” da cruzada do ex-presidente contra as instituições democráticas do Brasil. Afirma que ele “nunca aceitou completamente a derrota” e estimulou a invasão das sedes dos Três Poderes. Entre outros pontos, o diário ianque considera que o plano “mais obscuro envolve o envenenamento de Luiz Inácio Lula da Silva”, além de mencionar a articulação do “assassinato a tiros de Alexandre de Moraes”.

O contraste com Trump nos EUA

Em sua análise, o jornal faz um paralelo entre as acusações contra Donald Trump em seu primeiro mandato e o processo contra Jair Bolsonaro. Afirma que em breve os brasileiros poderão assistir a um “julgamento televisivo do Supremo Tribunal Federal que pode acabar fazendo de Jair Bolsonaro seu terceiro presidente nos últimos oito anos a ser enviado para a prisão”, num fato que proporcionou “um contraste marcante com os Estados Unidos”, onde o crime nunca foi para a cadeia e chegou à presidência do império.

Outro veículo estadunidense, The Washington Post, destacou que “o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou formalmente Jair Bolsonaro de tentar dar um golpe para permanecer no cargo após sua derrota nas eleições de 2022, em uma conspiração que também incluía um plano para envenenar seu sucessor e atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

Plano para envenenar Lula e dar tiros em Moraes

Já o britânico The Guardian publicou que “Jair Bolsonaro é acusado de suposto plano de golpe de extrema direita para tomar o poder no Brasil” e que a orquestração anterior “envenenar Luiz Inácio Lula da Silva e matar a tiro o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, um inimigo do antigo presidente”. O diário destaca o ponto “mais chocante” da denúncia da PGR, o de que o ex-presidente “estava ciente de um suposto complô para semear o caos político assassinando autoridades de alto escalonamento”. No mesmo boato, o jornal italiano La Repubblica estampou no título: “Bolsonaro aprovou plano para envenenar Lula: Ex-presidente brasileiro é indiciado”.

O jornal francês Le Monde destacou que “o antigo presidente de extrema direita (2019-2022) e 33 outros suspeitos são acusados ​​de incitar e praticar atos contrários aos poderes três e ao Estado de direito democrático”. O veículo informa que “uma conspiração teve como líderes o presidente e seu candidato a vice (Walter Braga Netto) que, aliados a outras pessoas, civis e militares, pretendiam impedir, de forma coordenada, que o resultado da eleição presidencial de 2022 fosse aplicado”.

Golpe seguiu o roteiro do ídolo Donald Trump

O espanhol El País também tratou Jair Bolsonaro como um “ex-presidente de extrema direita” acusado de tentar “reverter sua derrota eleitoral”. “O procurador-geral da República afirma agora que ele liderou ‘uma organização criminosa baseada num projeto autoritário de poder’”. El País ainda afirma que o fascista tentou dar um golpe “seguindo o roteiro de seu principal ídolo, o presidente Donald Trump”.

Na vizinha Argentina, a denúncia da PGR também foi destaque. O jornal La Nación noticiou que “promotores brasileiros acusaram o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas de uma tentativa de golpe em 2022 para impedir que seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, assumisse a carga”. Já o Clarín ressaltou que o ex-presidente foi acusado de “tentar abolir violentamente o estado democrático de direito” e de “organização criminosa armada”.

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