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quinta-feira, 3 outubro, 2024

Mídia burguesa escondeu desastre neoliberal para manter bolsonarismo

César Fonseca 
Será que a mídia corporativa burguesa brasileira, tão atenta aos fatos que dizem respeito aos governos petistas, Lula(2003-2010) e Dilma Rousseff(2011-2016), na tarefa de apontar erros e nunca os acertos, embora tenha vencido eleições em quatro mandatos consecutivos contra as forças conservadoras, não enxergou a denúncia escandalosa que o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acaba de fazer, na TV 247?
Ou deu uma de avestruz, enfiando a cabeça na areia, para fugir da verdade? Por que perdeu capacidade – se é que deve algum dia – de analisar as razões do desespero da bolsa que agora emerge com os absurdos fiscais praticados por Paulo Guedes, que, com Bolsonaro, fugiu de suas responsabilidades para o exterior?
Simplesmente, Bolsonaro e Paulo Guedes, comandantes do poder político, econômico e antissocial, do fascismo tupiniquim, vigente, torraram R$ 300 bilhões, para tentarem, inutilmente, vencer a eleição presidencial de 2018, segundo Haddad, ancorado nos números levantados pelo governo de transição. Foram extraídas a fórceps recursos de todos os setores sociais que dependem das verbas não financeiras, exceto para pagamento da dívida pública especulativa, jogando a população na penúria total.
ABSURDO FISCAL
Graças a esse esbanjamento absurdo de verbas públicas, que a grande mídia fingiu não ver, a taxa de juros, diante da pressão sobre déficit fiscal, subiu de 2% para 13,75%; arrebentaram com a economia, bombeando desemprego, fome, subconsumismo, desigualdade social, dívida pública incontrolável e, portanto, inflação monetária especulativa; enquanto isso, o poder midiático, porta-voz da Faria Lima, do mercado financeiro especulativo, fechou os olhos, para esconder a grande farsa neoliberal, ancorada no discurso favorável ao congelamento dos gastos públicos públicos, por vinte anos, conforme PEC 95, aprovada no Congresso pelos golpistas de 2016.
Graças a esse crime, derrubaram Dilma Rousseff mediante impeachment sem crime de responsabilidade capaz de justificá-lo; evidencia-se, agora, a grande verdade: a mídia corporativa tupiniquim negou a sua condição de meio de informação, para praticar o seu oposto, meio de desinformação.
Não cuidou de denunciar os gastos financeiros e eleitorais como fatores de pressão inflacionária e de corrupção eleitoral, para centrar na mentira de que a esquerda é a responsável pelo aumento do déficit público pela defesa dos gastos sociais em educação, saúde, infraestrutura etc, que, na verdade, são investimentos responsáveis por puxar a demanda global e o desenvolvimento econômico sustentável.
DENÚNCIA CIDADÃ DE HADDAD
A denúncia de Haddad, por si só, representa a necessidade urgente e inadiável de uma auditoria nas contas do governo, administradas pelo descaso em relação ao déficit público, para favorecer a banca, enquanto defendia a PEC 95 como indispensável para promover equilibrismo orçamentário, a mentira inominável para defender a jogatina financeira, realizada com os títulos da dívida pública, alimentadas pelos juros altos calculadamente construídos pelas matemáticas financeiras neoliberais.
O poder midiático, alinhado ao pensamento econômico ortodoxo, ditado pela bancocracia, submissa a Wall Street, tentou, para ganhar a eleição, favorecendo reeleição bolsonarista, felizmente, derrotada, com o discurso surrado de que o combate à inflação requer cortes de gastos/investimentos que são necessários para sustentar a saúde econômica nacional; endeusou o poder midiático os gastos financeiros especulativos e demonizou os gastos sociais, como demonstra o Orçamento Geral da União(OGU), realizado em 2021, de R$ 3,8 trilhões; desse total, a metade, R$ 1,9 trilhão, corresponde às despesas financeiras especulativas com pagamento de juros e amortização da dívida, enquanto a outra metade tem que dar conta de todas as demais despesas demandadas pela sociedade; para o povo, sobraram, apenas, migalhas.
RELATÓRIO DEMOLIDOR
Explica-se, dessa forma, no veredito do relatório construído pelo governo de transição, porque 33 milhões de pessoas passam fome, enquanto cerca de 150 milhões estão socialmente excluídos, mergulhados no endividamento impagável.
O retrato do subconsumismo, praga que se abate sobre o capitalismo concentrador de renda e de desigualdade social, está expresso nesses números brutais, responsáveis pelo insignificante PIB médio de menos de 1,5% registrado na Era Bolsonaro/Guedes; a necessidade de torrar R$ 300 bilhões a fim de bancar eleição foi insuficiente para derrotar Lula que contra a mídia ausente na investigação da verdade, quanto à farra bolsonarista com dinheiro público, perdeu completamente a moral para exigir responsabilidade fiscal, se, diante dela, escondeu-se, vergonhosamente.

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