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terça-feira, 19 março, 2024

México apresenta ao G20 “Plano Mundial de Bem Estar” para cobrar impostos aos mais ricos

Chanceler mexicano defende que proposta poderá atingir até 750 milhões de pessoas em situação de pobreza no mundo – Secretaria de Relações Exteriores México
Proposta prevê criar imposto de 4% sobre grandes fortunas para combater pobreza no mundo
Michele de Mello
Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

O chanceler mexicano Marcelo Ebrard apresentou ao grupo das 20 maiores economias (G20) o Plano Mundial de Bem Estar e Fraternidade, durante a primeira reunião de Sherpas, na Indonésia. A proposta de criar um imposto mundial de 4% sobre grandes fortunas para combater a pobreza.

A contribuição seria feita anualmente, de maneira voluntária, pelas mil pessoas mais ricas do mundo e as mil maiores corporações privadas do planeta. Com o valor arrecadado, o México assegura que seria possível atender até 750 milhões de pessoas em todo o planeta.

Ebrard defendeu o plano na última segunda-feira (6), enquanto também propôs que o bloco contribuísse com 0,2% da soma do PIB do G20 para o mesmo propósito de combate à carestia. O chanceler mexicano ainda assegurou que a proposta já recebeu apoio de 47 países.

De acordo com a ONG Oxfam, os 2.153 bilionários do mundo têm mais riqueza que 60% da população global.

O presidente Andrés Manuel López Obrador já havia defendido o plano no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no dia 9 de novembro, e durante o VII Encontro do Grupo de Puebla, realizado na Cidade do México, na última semana.

“Queremos construir estabilidade e paz através da solidariedade com aqueles que mais necessitam”, afirmou o chefe de Estado.

Durante a reunião do Grupo de Puebla, o ex-ministro de Educação brasileiro, Aloísio Mercadante foi uma das vozes à favor da ideia.

“O mundo pós-pandemia precisa de uma reconstrução mais generosa, com menos desigualdade e menos fome. Essa proposta já tem o apoio do presidente Alberto Fernández (da Argentina). Honduras vai aderir, a Bolívia vai aderir”, disse o ex-ministro brasileiro em uma entrevista coletiva, na Cidade do México.

ONU aponta que cerca de 11% da população mundial, equivalente a 783 milhões de pessoas, vivem abaixo da linha de pobreza – com menos de US$ 1,90 por dia (R$10,45). Somente no Brasil, a pobreza é realidade para 53,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

* Com informação de Sputnik, La Jornada e Telesur 

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