Bogotá (Prensa Latina) Cinco líderes sociais ou ex-membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) foram assassinados semanalmente de 1ú de novembro de 2016 a 30 de junho de 2020, informou um relatório divulgado hoje aqui.
Nesse período, foram identificados 944 homicídios de pessoas vinculadas a esses setores (inclusive defensores dos direitos humanos), como a Fundação Forjando Futuros, a Comissão Intereclesial de Justiça e Paz, o programa Somos Defensores, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento especifica e La Paz e a Comissão Colombiana de Juristas.
Existem três padrões relacionados aos crimes: sistematicidade, estigmatização e impunidade, afirmaram as organizações não governamentais (ONGs), ao mesmo tempo em que resumiam as 66 sentenças proferidas contra os responsáveis – apenas 7% do total de casos registrados – para razão pela qual criticaram o trabalho do Ministério Público.
O total de mortes localizou-se em 29 dos 32 departamentos do país, mas a situação mais complexa está registrada em Cauca, Antioquia, Nariño, Valle e Norte de Santander, com 568 homicídios de lideranças sociais e ex-guerrilheiros, ou seja, os cinco concentram 60% dos casos, alertaram.
Esses assassinatos atingem grupos com características semelhantes, estão concentrados em determinados setores de liderança ou defesa dos direitos humanos, ou na população de ex-combatentes, e têm foco em determinadas áreas, destaca o documento.
A investigação assegura que em 80 por cento das comunidades impactadas havia presença de plantações de coca após 2016, e quase todas têm taxas de homicídio acima de 10 por 100.000 habitantes.
Outras organizações, como as Nações Unidas, alertaram em ocasiões anteriores sobre a falta de resposta do governo de Iván Duque a este flagelo e exigiram maior atenção institucional aos ex-combatentes e às condições de segurança em geral.