Bogotá, (Prensa Latina) Perante a tensão que se vive hoje na fronteira colombo-venezuelana, analistas e líderes políticos nesta capital alertam sobre a preparação de uma invasão militar contra a Venezuela disfarçada de ajuda humanitária.
O que chamam de ajuda humanitária sai realmente das bases militares estadunidenses no Caribe e é a justificativa para a intervenção militar, alertou Caycedo em seu perfil do twitter.
Nessa mesma linha, o analista colombiano Oscar Hernando Avellaneda declarou à Prensa Latina que na fronteira colombo-venezuelana se está procurando criar um incidente que justifique uma guerra fratricida.
Para isso, aponta Avellaneda, colocaram aí uma ‘ajuda humanitária’, que nunca ofereceram aos habitantes de El Chocó nem daÂáGuajira colombiana, que sofrem altos índices deÂásubnutrição, e pretendem forçar ao governo constitucional venezuelano de Nicolás Maduro a recebê-la.
O colunista colombiano usa como exemplo o fato de até a Cruz Vermelha negar que os citados envios de Washington a Venezuela constituíssem ajuda humanitária.
Sobre o show ‘humanitário’ anunciado para a sexta-feira na cidade fronteiriça de Cúcuta, Avellaneda dimensionou: ‘estão organizando para arrecadar 100 milhões de dólares, enquanto simultaneamente o governo dos EUA rouba da Venezuela mais de 23 bilhões de dólares’.
Considera, quem também exerce como médico na especialidade de pediatria, que a sociedade colombiana deve recusar qualquer forma de participação em uma guerra injusta que traria dor, sofrimento e morte a ambos lados da fronteira.
Da mesma maneira pensa a ex-candidata à vice-presidência da Colômbia e atual congressista Angela María Robledo, quem fez um chamado a que nem um centímetro sequer da Colômbia se preste para invadir a Venezuela.
‘Nos Estados Unidos não cairiam as bombas; seria em nossas cidades’, afirma a representante do movimento Colômbia Humana.
Ontem, o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper (1994-1998) expressou que por trás da suposta ajuda humanitária à Venezuela poderia se estar configurando uma intervenção militar.
Acho que por trás do apoio humanitário, poderia ser configurada uma forma de legitimação de uma intervenção militar, disse Samper em entrevista a Alfredo Serrano, diretor do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica.
Cerca de 700 intelectuais, congressistas e representantes de organizações camponesas, indígenas, estudiantis, sindicais femininas e defensoras dos direitos humanos pediram na semana passada ao presidente da Colômbia, Iván Duque, que se afaste de uma opção militar contra a Venezuela.